Dia 08/06 minha amada filha decidiu partir, após um longo período de sentimento de inadequação, de dores silenciadas e de depressão mal cuidada. Não partiu sem lutar não. Ela lutou, à maneira dela, ela lutou, mas a doença a deixou cansada e ela desistiu.

Para nós, inicialmente o desespero, a dor atroz, sufocante, dilacerante... seguida da decisão de que nos esforçaremos para superar e ficarmos bem. Pelos que amamos, pelos que podemos ajudar com o nosso trabalho, por ela, para que nos veja bem e fique bem.

A Gabi era uma pessoa extremamente generosa. Nem todos sabiam disso. Mas nós sabemos, amigos sabem, por vezes até pessoas estranhas eram alcançadas por esta generosidade. Nas palavras do poeta “a Gabi foi uma raio que penetrou luminoso, intenso, célere... e que deixou marcas eternas.”

Sua morte tão precoce, aos 29 anos, me motiva a mais uma causa, a da prevenção e posvenção do suicídio. Não imediatamente, pois preciso me fortalecer. Mas sei que precisamos falar e conhecer mais sobre depressão, esta doença que mina as forças, entristece a alma e que por vezes se apresenta disfarçada, de maneira que pode estar presente, mesmo aparentemente estando tudo bem.

Sei que Deus, como pai misericordioso, acolheu a Gabi, e está cuidando dela. E entrego a Ele a minha dor de mãe, a dor dos meus outros filhos e rogo, humildemente, que conduza a nossa caminhada.

Agradeço de coração todo o apoio recebido e peço que continuemos em oração para que minha linda e amada filha descanse na paz de Cristo!

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Francimélia Nogueira é assistente social e mãe de Gabi - nas redes sociais.