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Sexta-feira, 01 de novembro de 2024
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Redação

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acessepiaui@hotmail.com

07/12/2017 - 18h01

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07/12/2017 - 18h01

Por que Tiririca soltou traque e deu com os burros n'água?

O ideal pregado por Tiririca do eu sozinho não funciona. Só se avança numa batalha com gente organizada...

Deputado Francisco Everardo Oliveira Silva no plenário da Câmara

 Deputado Francisco Everardo Oliveira Silva no plenário da Câmara

Tiririca vai sair mesmo ou apenas está recuando para voltar mais forte lá na frente? É que ele anunciou que tá tirando o time de campo em 2018, não sairá mais candidato. Isto, após ter votado a favor do impeachment da então presidente Dilma, a favor da isenção de impostos das petrolíferas estrangeiras que vão explorar o pré-sal e tambem votado contra o ainda presidente Temer para que este fosse investigado na Lava Jato por corrupção e obstrução da justiça.

A batida em retirada do palhaço simples que saiu do interior do Ceará para fazer sucesso via mídia do sudeste e sul maravilhas e candidato em duas eleições de deputado federal com mais de um milhão de votos - nos deixa triste, exatamente porque Tiririca, mesmo tendo boas intenções, não conseguiu enxergar que política do eu sozinho não funciona, menos ainda quando o eleito sai vitorioso contando com um partido de aluguel, que majoritariamente não tem os mesmos interesses políticos e sociais do dele.

O Congresso Brasileiro é formado em sua maioria por representantes das classes mais privelegidas do país, que tem suas campanhas compradas com muita grana. É simples provar isto, basta somar o que a maioria dos parlamentares gasta para se eleger e depois comparar com o salário ganho durante todo o mandato que anda é longe de cobrir o que foi investido na campanha.

Na verdade, o palhaço, o gari, o trabalhador rural, empregada doméstica, vigilante, garçom, mototaxista, bodegueiro, taxista, comerciário, pedreiro, etc., tem pouquíssimos representantes no Congresso Nacional. 

O que fazer então para que as classes de menor renda da sociedade tenham mais representantes no Congresso Nacional Brasileiro? O país precisaria criar políticas afirmativas para que essas classes tivessem representação no parlamento? Impor uma lei eleitoral capaz de proporcionar oportunidades iguais na disputa?  

E o palhaço deputado Tiririca que saiu das classes populares, o que deveria fazer para ampliar o número de representantes de sua classe no Congresso? fazer leis que a beneficie? Neste ponto, Tiririca conseguiu um pequeno feito, que foi aprovar que os artistas circenses sejam também contemplados com a Lei Rounet, aquela que apóia atividades culturais.

Tiririca repete a lógica do cacique Juruna no parlamento nacional, aliás, o índio andou mais longe porque gravava as promessas dos engravatados e depois as usava na mídia quanto estes não cumpriam. Tiririca nem isso, ora votava com o partido fisilogista do Valdemar do Mensalão, ora votava com a sua consciência.   

O certo é que o ideal pregado por Tiririca do eu sozinho não funciona. Só se amplia vantagens numa batalha usando de coragem, reflexão e de estratégia, somando coletivamente com gente motivada, organizada e disposta a participar e correr atrás de seus direitos. 

O palhaço da Florentina de Jesus agora lamenta e diz que está saindo decepcionado. Com isso, revela uma baita ingenuidade, diante de um parlamento brasileiro secular e cheio de raposas, esvaziado do cheiro de povo e que precisa de muita educação popular e política do povo para que este não coloque o destino de sua vida nas mãos de quem lhe dá mais dinheiro na hora de votar.       

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