A verdade é que todos, ou a maioria, (dos artistas), ficam chupando os ovos dos poderes públicos e não firmam público que possa sustentá-los em suas artes. Tudo, ou quase tudo, é feito à base do poder público. Lamentável um artista - e até muito badalado, por sinal - tentar se apresentar no Theatro 4 de Setembro e não poder porque não alcançou o número mínimo de pessoas na plateia para o seu intento. 

Falo como editor e escritor. Aqui poucos compram livros nos lançamentos e depois dos lançamentos. A maioria quer receber exemplar de graça, sem se importar com os custos que temos - capa, revisão, diagramação, impressão, coquetel de lançamento, comissão dos vendedores etc. Uma apresentação no Theatro 4 de Setembro, ou noutra casa similar, é a mesma coisa. Querem entrar de graça. É feito um CD, pois que ele seja distribuído de graça. Esta é uma das grandes questões que atravanca o progresso. O de GRAÇA. 

Falar nisso, estou desde 2009 esperando receber 30 mil reais da Lei A. Tito Filho, da Prefeitura de Teresina que, além de não pagar os contemplados daquele ano, não lança novo edital desde aquele ano. E nem vai lançar mais. Cadê a mobilização dos produtores culturais e artísticos? Não podem protestar, fazer nada, Estão com os ovos dos poderes públicos nas mãos e nas bocas. Agora, o SIEC da Secretaria da Cultura, cortou quase todos os projetos, como aconteceu com o meu, também, de 60 mil reais para 15 mil reais.

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Kenard Kruel Fagundes - é jornalista e escritor - nas redes sociais.