A "sanha" dos que se levantam em desfavor dos nacionalistas, é tamanha, que sequer param, para um momento de reflexão, e ver como foi traumática o relacionamento de nossas empresas com o capital estrangeiro. Não se quer, aqui, ser de direita ou de esquerda. Para ser nacionalista, não necessariamente, é preciso ser militante de uma dessas correntes. Nem ser xenófobo nem entreguista- é a posição correta para uma boa relação de interesse mútuos, entre dois países. 

O passado, entretanto, dessa "parceria" comercial, é de uma história traumática para nós, e benéfica para outro lado. Há 100 anos ( 17/10/1917), era assassinado a bala, no interior de Alagoas, o Industrial Delmiro Gouveia. Sua fábrica de linhas de algodão, tomou conta do comércio de linhas de costura no Brasil, e desbancou a concorrente "Linhas Correntes"- produzidas na Inglaterra pela Machine Cotton. A empresa inglesa, segundo historiadores, foi colocada no rol dos suspeitos. Os herdeiros de Gouveia, não resistindo às pressões venderam a fábrica à Machine Cotton- que mandou destruir as máquinas, demolir os prédios, e jogar o maquinário e os escombros no rio São Francisco. 

Getúlio Vargas, na Carta Testamento, disse que o Brasil, há dezenas de anos, vivia sob o domínio e "espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais". A compra da Embraer pela Boeing será nociva aos interesses nacionais.

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Flávio Nogueira é médico e presidente do PDT-PI.