De ontem pra hoje li as memórias do jornalista esportivo Juca Kfouri, cujo título faz um intertexto com o “Confesso que vivi”, do poeta chileno Pablo Neruda. Bem, as semelhanças param por aí, seria até pusilânime comparar.
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Juca é justo, sério e comprometido, faz diferença no jornalismo esportivo, com interessantes expedientes de cultura geral e, principalmente, boa voltagem política, talvez por sua formação uspiana em sociologia e histórico de engajamento. O texto é leve e solto, comum nas escritas de si praticadas no recorte da crônica, com histórias curiosas e saborosas, bem como revelações das tramas políticas do indefectível modo corrupto de gestão que crassa no Brasil em todos os campos, nos de futebol não seria diferente.
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Juca é corintiano incurável, confesso que fiz leitura dinâmica nas passagens apaixonadas de louvores ao Corinthians (para um são-paulino é complicado, entendam...), mas a leitura é prazerosa, e de certa forma, ajuda a pensar o Brasil. E creio mesmo que o futebol seja um fenômeno de notória riqueza como investigação cultural, antropológica e até psicossocial. Em uma aparentemente simples reflexão Juca diz: “Copas se ganha e se perde, e não há melhor professor para nos ensinar a conviver com a frustração do que o futebol.” Para quem acompanha jogos há uma grande chance de economizar em divãs analistas.
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Nelson Rodrigues, escritor que entornou a literatura e a moral brasileiras, era um refinado cronista esportivo. Torcedor passionalíssimo do tricolor Fluminense, em crônica de 1976, comentando e sofrendo uma derrota fragorosa de seu clube para o Corinthians encerrou-a assim: “O bom guerreiro conhece tudo, menos a capitulação. Aprende-se com uma vitória, um empate, uma derrota. Só a ociosidade não ensina coisa nenhuma”.
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Feliciano Bezerra é professor da Uespi - nas redes sociais.
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Juca é justo, sério e comprometido, faz diferença no jornalismo esportivo, com interessantes expedientes de cultura geral e, principalmente, boa voltagem política, talvez por sua formação uspiana em sociologia e histórico de engajamento. O texto é leve e solto, comum nas escritas de si praticadas no recorte da crônica, com histórias curiosas e saborosas, bem como revelações das tramas políticas do indefectível modo corrupto de gestão que crassa no Brasil em todos os campos, nos de futebol não seria diferente.
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Juca é corintiano incurável, confesso que fiz leitura dinâmica nas passagens apaixonadas de louvores ao Corinthians (para um são-paulino é complicado, entendam...), mas a leitura é prazerosa, e de certa forma, ajuda a pensar o Brasil. E creio mesmo que o futebol seja um fenômeno de notória riqueza como investigação cultural, antropológica e até psicossocial. Em uma aparentemente simples reflexão Juca diz: “Copas se ganha e se perde, e não há melhor professor para nos ensinar a conviver com a frustração do que o futebol.” Para quem acompanha jogos há uma grande chance de economizar em divãs analistas.
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Nelson Rodrigues, escritor que entornou a literatura e a moral brasileiras, era um refinado cronista esportivo. Torcedor passionalíssimo do tricolor Fluminense, em crônica de 1976, comentando e sofrendo uma derrota fragorosa de seu clube para o Corinthians encerrou-a assim: “O bom guerreiro conhece tudo, menos a capitulação. Aprende-se com uma vitória, um empate, uma derrota. Só a ociosidade não ensina coisa nenhuma”.
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Feliciano Bezerra é professor da Uespi - nas redes sociais.
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