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acessepiaui@hotmail.com

26/01/2018 - 16h20

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O poder da mídia de julgar, conforme Antoine Garapon

"Os media são mais do que um contrapoder e mais do que um poder. Disputam com a justiça a capacidade de encarnar o lugar de visibilidade da democracia".

 

Sobre o poder da mídia, leio em Antoine Garapon (O Guardador de Promessas: justiça e democracia, com prefácio de Paul Ricouer, Lisboa: Instituto Piaget, 1996): "Cada órgão de comunicação social, mais do que informar sobre o trabalho da justiça, toma posição de uma das partes, segue as suas mudanças ao longo do processo, revela elementos de provas aos seus leitores antes mesmo que a justiça delas tome conhecimento, avalia o trabalho de cada um e, finalmente, julga em vez dos juízes". 

[...] "Os media arriscam-se a tornar ainda mais sensível a fragilidade do discurso judicial, que, na falta de provas, visa pelo menos convencer". [...] "Não se põe causa que os media sejam o melhor antídoto contra o abafamento dos casos". [...] "Os media, intervindo activamente nas investigações, influenciam a decisão". 

[...] "Os media estão mais preocupados com a intriga do que com a busca da verdade". [...] "Os media são mais do que um contrapoder e mais do que um poder. O seu tom é o da autoridade entendida como o poder de mostrar a realidade. Disputam com a justiça a capacidade de encarnar o lugar de visibilidade da democracia". 

Antoine Garapon, que foi juiz na França, escreveu isso há mais de 20 anos atrás.

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João Luiz Rocha Nascimento - natural de Oeiras-PI e juíz do Tribunal Regional do Trabalho da 22 Região. 

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