A Praça Pedro II é o corredor cultural de Teresina, coração da cidade, imponente e bela. Além desses atributos tem uma relação de carinho e de mística com o imaginário popular teresinense. Pois ali, de frente para ela que pulsa há mais de 120 anos, o Theatro 4 de Setembro, não menos belo e imponente.
Ao lado do monumental Theatro 4 de Setembro, sempre bem cuidado e iluminado, fica o Cine-Rex, ou ficava o Cine-Rex, pois há mais de 10 anos se encontra fechado, sujo, escuro e decadente, denunciando o pouco descaso com o patrimônio cultural da cidade. O Cine-Rex, outrora tão vibrante e alegre, enfeia a Praça Pedro II.
Regredindo algumas décadas, vamos saber que o Cine-Rex foi construido por um mestre de obras chamado Júlio, que aplicou o modelo da Art Deco, em voga nos anos 30, e inaugurado no ano de 1939, com o filme "A Grande Valsa", um orgulho para a sociedade. Seus primeiros proprietários foram os senhores Bartolomeu Vasconcelos e Dr. Area Leão, em 1953, foi arrendado pelo senhor Otacilio Soares, que o comprou no ano de 1968. Este senhor vendeu o Rex para a firma JODISA-Jose Omatti Diversões S/A, da qual eram sócios os senhores David Delphino Cortellazzi, Jorge Azar Chaib, Elicio Pereira Terto, José Omatti, Gervásio Costa e Maria Luiza Tajra Melo.
O Cine - Rex entrou numa fase áurea e, no ano de 1973, teve sua primeira e única reforma, feita pelo escritório de arquitetura Maloca Arquitetura e Decoração Ltda, realizado pelo arquiteto Luiz Dutra de Araújo, onde foram reformados o sistema de ar, tirando os velhos ventiladores de teto, no hall de entrada, plateia e fechada, acrescentando ao fundo construção de sanitários e casa de máquina.O filme que reinaugurou o Cine-Rex foi o famoso "Sansão e Dalila". Quando ia começar a sessão, o teto do cinema ficava colorido de azul,verde, vermelho como sinal de inicio da sessão. Uma delicia para o espectador.
Com o término da Jodisa os senhores David Cortellazzi e Elicio Terto ficaram de donos do Cinema, até o ano de 1984, quando o Cine-Rex passou para o Dr. David Cortellazzi e a senhora Theresa Maria Thomas Tajra Cortellazzi. Doutor David fez do cinema um orgulho para a cidade. Ele adorava aquilo ali.
Aci Campelo - Professor, Dramaturgo e escritor. Pertence a União Brasileira de Escritores do Piauí – UBE/PI.
No ano de 1995, o Cine-Rex, a pedido do próprio Dr. David, foi tombado pelo Patrimônio do estado através do Decreto 9.310., escrito no livro tombo em 25.02.1997. O tombamento deu-se pela importância do Cine-Rex para a cidade, seu valor histórico-arquitetônico, pelo significado na vida das pessoas, sua destinação como centro de arte e presença na paisagem da cidade.
Mas, como vemos, não basta apenas tombar um patrimônio cultural para que ele tenha vida. Não é apenas um simples reconhecer de valor histórico, é muito mais estabelecer uma troca com a cidade, um servir a sua população, um cuidar de verdade para que o bem tenha vida.
Quem não lembra do Cine-Rex de tantos acontecimentos? Os jovens também precisariam usufruir desse bem, e não só os que viveram e viram. Quanto custa revitalizar o Cine-Rex? Já que ninguém pode derrubá-lo, pois é tombado pelo patrimonio, ainda que parcial, é preciso torná-lo um prédio vivo, garantindo o desenvolvimento da cidade. Um centro cultural? Um Cinema? Um espaço multimidia? Tantas são as opções.
O que não podemos é continuar a olhar a bela Praça Pedro II, o coração da cidade, faltando um pedaço: O Cine-Rex. Um pedaço do coração de todos aqueles que amam a cidade.
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Aci Campelo - Professor, Dramaturgo e escritor. Pertence a União Brasileira de Escritores do Piauí – UBE/PI.
Ao lado do monumental Theatro 4 de Setembro, sempre bem cuidado e iluminado, fica o Cine-Rex, ou ficava o Cine-Rex, pois há mais de 10 anos se encontra fechado, sujo, escuro e decadente, denunciando o pouco descaso com o patrimônio cultural da cidade. O Cine-Rex, outrora tão vibrante e alegre, enfeia a Praça Pedro II.
Regredindo algumas décadas, vamos saber que o Cine-Rex foi construido por um mestre de obras chamado Júlio, que aplicou o modelo da Art Deco, em voga nos anos 30, e inaugurado no ano de 1939, com o filme "A Grande Valsa", um orgulho para a sociedade. Seus primeiros proprietários foram os senhores Bartolomeu Vasconcelos e Dr. Area Leão, em 1953, foi arrendado pelo senhor Otacilio Soares, que o comprou no ano de 1968. Este senhor vendeu o Rex para a firma JODISA-Jose Omatti Diversões S/A, da qual eram sócios os senhores David Delphino Cortellazzi, Jorge Azar Chaib, Elicio Pereira Terto, José Omatti, Gervásio Costa e Maria Luiza Tajra Melo.
O Cine - Rex entrou numa fase áurea e, no ano de 1973, teve sua primeira e única reforma, feita pelo escritório de arquitetura Maloca Arquitetura e Decoração Ltda, realizado pelo arquiteto Luiz Dutra de Araújo, onde foram reformados o sistema de ar, tirando os velhos ventiladores de teto, no hall de entrada, plateia e fechada, acrescentando ao fundo construção de sanitários e casa de máquina.O filme que reinaugurou o Cine-Rex foi o famoso "Sansão e Dalila". Quando ia começar a sessão, o teto do cinema ficava colorido de azul,verde, vermelho como sinal de inicio da sessão. Uma delicia para o espectador.
Com o término da Jodisa os senhores David Cortellazzi e Elicio Terto ficaram de donos do Cinema, até o ano de 1984, quando o Cine-Rex passou para o Dr. David Cortellazzi e a senhora Theresa Maria Thomas Tajra Cortellazzi. Doutor David fez do cinema um orgulho para a cidade. Ele adorava aquilo ali.
Aci Campelo - Professor, Dramaturgo e escritor. Pertence a União Brasileira de Escritores do Piauí – UBE/PI.
No ano de 1995, o Cine-Rex, a pedido do próprio Dr. David, foi tombado pelo Patrimônio do estado através do Decreto 9.310., escrito no livro tombo em 25.02.1997. O tombamento deu-se pela importância do Cine-Rex para a cidade, seu valor histórico-arquitetônico, pelo significado na vida das pessoas, sua destinação como centro de arte e presença na paisagem da cidade.
Mas, como vemos, não basta apenas tombar um patrimônio cultural para que ele tenha vida. Não é apenas um simples reconhecer de valor histórico, é muito mais estabelecer uma troca com a cidade, um servir a sua população, um cuidar de verdade para que o bem tenha vida.
Quem não lembra do Cine-Rex de tantos acontecimentos? Os jovens também precisariam usufruir desse bem, e não só os que viveram e viram. Quanto custa revitalizar o Cine-Rex? Já que ninguém pode derrubá-lo, pois é tombado pelo patrimonio, ainda que parcial, é preciso torná-lo um prédio vivo, garantindo o desenvolvimento da cidade. Um centro cultural? Um Cinema? Um espaço multimidia? Tantas são as opções.
O que não podemos é continuar a olhar a bela Praça Pedro II, o coração da cidade, faltando um pedaço: O Cine-Rex. Um pedaço do coração de todos aqueles que amam a cidade.
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Aci Campelo - Professor, Dramaturgo e escritor. Pertence a União Brasileira de Escritores do Piauí – UBE/PI.
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