Facebook
  RSS
  Whatsapp
Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Colunas /

Mauro Sampaio

Mauro Sampaio

mauroadrianosampaio@gmail.com

24/04/2018 - 07h50

Compartilhe

Mauro Sampaio

mauroadrianosampaio@gmail.com

24/04/2018 - 07h50

Sócrates e os tempos atuais de prisões sem provas

Não podeis me ferir, porque não podeis me atingir. Podeis apenas matar-me, exilar-me, ou cassar meus direitos políticos.

 

Na peça Liberdade, liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, em 1965, entra em cena a defesa de Sócrates contra a acusação de corromper a juventude de Atenas, em 399 A.C.

Nada mais atual em tempos de prisões sem provas e Judiciário de exceção:

- Tenho 72 anos - sou bem velho como vedes - e não muito distante do fim. Se me matardes agora , porém, todos se apressarão em gritar que matardes Sócrates. Serei condenado não por corruptor, mas pela inveja e perfídia dos ambiciosos, que têm provocado a morte de tantos íntegros e pelos séculos afora provocarão a morte de muitos mais.

Não podeis me ferir, porque não podeis me atingir. Podeis apenas matar-me, exilar-me, ou cassar meus direitos políticos.

Mas eu não sou o primeiro, e não há perigo que eu seja o último.

(poderia ter dito: "eu sou uma ideia. Há milhões de Sócrates por aí")

Comentários