21 de março de 2007 (esse texto foi solicitado para ser lido na primeira apresentação da Ópera).
Falar em música negra, hoje, no Piauí sem escrever a palavra Bezerra não é falar em autêntica música negra piauiense, vocês concordam? Não resta nenhuma sombra de dúvidas que concordam; quem discorda está apenas comprovando que não conhece a história atual da nossa música afro. Quando falamos da música negra, falamos da música de hoje, mas sabemos que foram as negras e os negros escravizados/escravizadas e trazidas/trazidos da África e seus/suas descendentes que criaram e foram fundamentais para a evolução não apenas da música piauiense, mas da música brasileira.
Eu ainda me recordo de um show que aconteceu nos anos 80 no Teatro 04 de Setembro. Naquele tempo eu já gostava de ir ao teatro, assistir peças e shows musicais, a família Bezerra era a responsável pelo espetáculo, quando falo na família Bezerra, estou me referindo a Fifi Bezerra, Dimas Bezerra, Assis Bezerra e Rosário Bezerra (que hoje não canta mais em público), a unida família tinha ainda ao seu lado os malungos e parceiros Pizeca e Osnir Veríssimo. Pois é, naquele tempo, quando se começava a se lutar para afirmar a luta e resistência do Quilombo dos Palmares, Ganga Zumba Aqualtune, Zumbi, Dandara e em Dia Nacional da Consciência Negra e na Festa da Beleza Negra, a família Bezerra surge no palco com um estandarte saudando o dia 20 de Novembro- O dia Nacional da Consciência Negra e cantando apenas músicas afro, este inesquecível show, que jamais saiu da minha memória, foi um dos mais belos espetáculos que eu já presenciei no Teatro 04 de Setembro, aproveito este momento para convidar os malungos Bezerra para reviver este memorável show, eu me desafio a fazer a produção.
No dia 21 de março de 2007- Dia internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Neste nefasto dia na década de 60, no tempo do apartheid, guerreiros/guerreiras, ou seja malungos/malungas sul africanos/as foram massacrados/massacradas na África do Sul. É neste dia 21 que os irmãos/amigos/camaradas/parceiros/ malungos Assis, Dimas e Fifi Bezerra resolveram realizar O SHOW A ÓPERA DOS MALUNGOS, onde resgatam vários estilos musicais afros como por ex: o Afoxé (ritmo Ijexá) e o Reggae; cantam/contam a vida, a história, a cultura e a religião de origem africana e/ou afro-descendente.
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Ruimar Batista - especialista em Administração e Elaboração de Projetos Sociais, engenheiro agrimessor. Militante do Movimento Negro, pesquisador no campo de africanidades e afrodescendências, filosofias e religiões de matriz africana. Escritor, poeta, legrista/compositor, roteirista de cinema. É autor do livro "Negridade".
Falar em música negra, hoje, no Piauí sem escrever a palavra Bezerra não é falar em autêntica música negra piauiense, vocês concordam? Não resta nenhuma sombra de dúvidas que concordam; quem discorda está apenas comprovando que não conhece a história atual da nossa música afro. Quando falamos da música negra, falamos da música de hoje, mas sabemos que foram as negras e os negros escravizados/escravizadas e trazidas/trazidos da África e seus/suas descendentes que criaram e foram fundamentais para a evolução não apenas da música piauiense, mas da música brasileira.
Eu ainda me recordo de um show que aconteceu nos anos 80 no Teatro 04 de Setembro. Naquele tempo eu já gostava de ir ao teatro, assistir peças e shows musicais, a família Bezerra era a responsável pelo espetáculo, quando falo na família Bezerra, estou me referindo a Fifi Bezerra, Dimas Bezerra, Assis Bezerra e Rosário Bezerra (que hoje não canta mais em público), a unida família tinha ainda ao seu lado os malungos e parceiros Pizeca e Osnir Veríssimo. Pois é, naquele tempo, quando se começava a se lutar para afirmar a luta e resistência do Quilombo dos Palmares, Ganga Zumba Aqualtune, Zumbi, Dandara e em Dia Nacional da Consciência Negra e na Festa da Beleza Negra, a família Bezerra surge no palco com um estandarte saudando o dia 20 de Novembro- O dia Nacional da Consciência Negra e cantando apenas músicas afro, este inesquecível show, que jamais saiu da minha memória, foi um dos mais belos espetáculos que eu já presenciei no Teatro 04 de Setembro, aproveito este momento para convidar os malungos Bezerra para reviver este memorável show, eu me desafio a fazer a produção.
No dia 21 de março de 2007- Dia internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Neste nefasto dia na década de 60, no tempo do apartheid, guerreiros/guerreiras, ou seja malungos/malungas sul africanos/as foram massacrados/massacradas na África do Sul. É neste dia 21 que os irmãos/amigos/camaradas/parceiros/ malungos Assis, Dimas e Fifi Bezerra resolveram realizar O SHOW A ÓPERA DOS MALUNGOS, onde resgatam vários estilos musicais afros como por ex: o Afoxé (ritmo Ijexá) e o Reggae; cantam/contam a vida, a história, a cultura e a religião de origem africana e/ou afro-descendente.
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Ruimar Batista - especialista em Administração e Elaboração de Projetos Sociais, engenheiro agrimessor. Militante do Movimento Negro, pesquisador no campo de africanidades e afrodescendências, filosofias e religiões de matriz africana. Escritor, poeta, legrista/compositor, roteirista de cinema. É autor do livro "Negridade".
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