Em 1950, criou-se o neologismo político “cristianização” para designar infidelidade partidária. Nesse ano realizavam-se as eleições presidenciais. O PSD, partido do presidente Gaspar Dutra, teve como candidato o mineiro Cristiano Machado. O PTB marchou com Getúlio Vargas-que voltava do exílio voluntário em suas fazendas de São Borja (RS), depois do golpe que o derrubou em 1945. Pela UDN- sigla estigmatizada de golpista- o marechal Eduardo Gomes, “solteiro e bonito”, encontrava nas “balzaquianas” enorme simpatia. Getúlio ganhou folgado. Os pesedistas traíram fragorosamente Cristiano- ficando em terceiro lugar. Outro exemplo de cristinianização aconteceu nas eleições de 1989, quando o PMDB apresentou Ulysses Guimarães, sua maior expressão política, como candidato a presidente da República. O velho “senhor diretas” viu, amargurado, seus correligionários- inclusive o governador peemedebista, Alberto Silva-, descarregarem votos em Collor de Melo- o “caçador de marajás”- que findou ganhando a parada. Ulysses, alojado na maior coligação partidária e maior tempo de televisão, ficou em sétimo lugar, com 4,73% dos votos válidos. Nestas eleições inventaram um tal de “juntos e misturados”. Vale tudo!
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Flávio Nogueira é médico e presidente do PDT-PI, nas redes sociais.
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Flávio Nogueira é médico e presidente do PDT-PI, nas redes sociais.
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