O ministro golpista da Cultura, Sérgio Sá Leitão, está dizendo que vai começar imediatamente a reconstrução do Museu da República.
Veja bem que esse governo golpista, que nunca existiu enquanto governo, acaba oficialmente em pouco mais de 90 dias. Na prática, já acabou. Ou, mais ainda, nunca existiu. O Ministério da Cultura foi rebaixado a secretaria e depois, na marra, voltou a ministério. Só que não existe de verdade, não atua em nada.
É importante saber como ele voltará no tempo, vamos lá, uns 12 mil anos, para recuperar o crânio de Luzia. Essa fala mostra ou ignorância ou má-fé.
Fica difícil, também, acreditar que a verba, que foi reduzida a cerca de 10% da que era em 2013, seja capaz de reconstruir o prédio. 54 mil por mês. Essa fortuna. Ainda mais em 90 dias. E com a PEC dos gastos que congelou investimentos por 20 anos estrangulando o país, em especial a cultura e o saber.
O ministro golpista disse também que o "novo museu" deverá ter outro tipo de gestão. Nas entrelinhas, ou nem tanto, a sugestão é de que a gestão deverá ser privatizada.
O neoliberalismo é fogo.
Bombeiros dão notícias de que em alguns setores do Museu da República foi possível resgatar algumas peças, mas ainda não se sabe quais. A princípio, poucas e de menor relevância histórica.
Nas redes, tem apoiador do candidato tropicofascista atribuindo desimportância ao Museu: "só história forjada por esquerdistas, vamos fazer um novo contando a verdade do Brasil".
O incêndio traz um prejuízo incalculável e irrecuperável. Perde-se memória, história, trabalho de vidas inteiras de profissionais da história, da museologia, da arqueologia, cientistas de diversas áreas, estudantes, artistas e muito mais gente.
O golpe e o neofascismo tupiniquim também trazem um prejuízo incalculável. Mesmo que aquele ser abjeto não seja eleito, o Brasil vai levar pelo menos um século para se recuperar dos estragos que essa gente está causando. Em particular às novas gerações.
Já era difícil. Sempre foi um país duríssimo, o nosso.
Mas parece que só piora. Temos de aguentar o tranco.
----------------------
André Gonçalves é artísta, filósofo e membro do Conselho da Revista Revestrés - nas redes sociais.
Veja bem que esse governo golpista, que nunca existiu enquanto governo, acaba oficialmente em pouco mais de 90 dias. Na prática, já acabou. Ou, mais ainda, nunca existiu. O Ministério da Cultura foi rebaixado a secretaria e depois, na marra, voltou a ministério. Só que não existe de verdade, não atua em nada.
É importante saber como ele voltará no tempo, vamos lá, uns 12 mil anos, para recuperar o crânio de Luzia. Essa fala mostra ou ignorância ou má-fé.
Fica difícil, também, acreditar que a verba, que foi reduzida a cerca de 10% da que era em 2013, seja capaz de reconstruir o prédio. 54 mil por mês. Essa fortuna. Ainda mais em 90 dias. E com a PEC dos gastos que congelou investimentos por 20 anos estrangulando o país, em especial a cultura e o saber.
O ministro golpista disse também que o "novo museu" deverá ter outro tipo de gestão. Nas entrelinhas, ou nem tanto, a sugestão é de que a gestão deverá ser privatizada.
O neoliberalismo é fogo.
Bombeiros dão notícias de que em alguns setores do Museu da República foi possível resgatar algumas peças, mas ainda não se sabe quais. A princípio, poucas e de menor relevância histórica.
Nas redes, tem apoiador do candidato tropicofascista atribuindo desimportância ao Museu: "só história forjada por esquerdistas, vamos fazer um novo contando a verdade do Brasil".
O incêndio traz um prejuízo incalculável e irrecuperável. Perde-se memória, história, trabalho de vidas inteiras de profissionais da história, da museologia, da arqueologia, cientistas de diversas áreas, estudantes, artistas e muito mais gente.
O golpe e o neofascismo tupiniquim também trazem um prejuízo incalculável. Mesmo que aquele ser abjeto não seja eleito, o Brasil vai levar pelo menos um século para se recuperar dos estragos que essa gente está causando. Em particular às novas gerações.
Já era difícil. Sempre foi um país duríssimo, o nosso.
Mas parece que só piora. Temos de aguentar o tranco.
----------------------
André Gonçalves é artísta, filósofo e membro do Conselho da Revista Revestrés - nas redes sociais.
BBC
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.