Eu tive a oportunidade, por um bom tempo, de trabalhar com famílias carentes em Goiânia. Coordenei programas habitacionais da prefeitura direcionados à famílias que moravam de forma precária ou não tinham onde morar. Também, coordenei uma ONG Americana, por 3 anos, que desenvolvia programas habitacionais em regime de mutirão para famílias de baixa renda.

Posso atestar, que, em muitos casos, as mães eram a peça chave na manutenção da família. Inclusive os contratos de cessão das habitações eram, preferencialmente, firmados tendo a mãe como chefe da família, pois, demonstravam mais responsabilidade e compromisso com os filhos. Não era incomum, pais entregues à bebida ou a droga, venderem as casas, sem o consentimento e conhecimento das esposas.

O que esse General FALOU é um completo DESCALABRO. Ele, simplesmente, colocou nas costas dessas bravas mulheres, mães sem maridos, a responsabilidade pelo envolvimento de muitos jovens de famílias carentes do País com o crime. Foi uma FALA preconceituosa, que centra na figura MASCULINA a capacidade exclusiva de educar as crianças.

Na verdade, o que falta à essas famílias é a PRESENÇA DO ESTADO com políticas públicas de educação, cultura, saúde e geração de emprego e renda, dando à estas mães/pais e aos SEUS FILHOS OPORTUNIDADES. Sem isso, essas crianças tornam-se presas fáceis para o mundo do crime.

FAMÍLIAS MISERÁVEIS serão sempre fracas, com ou sem pais presentes, se o ESTADO FECHA OS OLHOS para elas.

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Francisco Edison Sampaio - é engenheiro de segurança do trabalho - nas redes sociais.