Em termos jurídicos, parece claro que um juiz de Direito só pode aceitar um cargo político no Poder Executivo se, antes, pedir exoneração.
Afinal, a Constituição veda que o juiz exerça atividade político-partidária.
Consequentemente, parece óbvio — embora o óbvio se esconda e esteja no anonimato no Brasil — que, se o juiz, sem sair do cargo, aceita convite para ser ministro de Estado e, sem sair do cargo, entra em férias para organizar o ministério, ele estará infringindo o Estatuto da Magistratura, o Código de Ética dos juízes e a Constituição da República.
Parece tão simples isso.
Além do mais, por qual razão os cidadãos da República têm de continuar a pagar o salário do juiz, em férias, para organizar o seu ministério? Ele tem direito a férias? Pois bem.
Se tem, não pode tirá-las na condição de juiz já aceitante de um cargo no Poder Executivo. Isso ou temos de desenhar?
O que espanta (ou não espanta) é que, no Brasil, estamos nos acostumando a deixar passar essas coisas.
O tribunal ao qual Moro é vinculado deveria, de oficio, abrir um procedimento.
O CNJ tem o dever de fazer. Mas, pelo visto, até agora, nada.
-------------------------
Nazareno Fonteles é médico e ex-deputado federal (PT-PI)
Afinal, a Constituição veda que o juiz exerça atividade político-partidária.
Consequentemente, parece óbvio — embora o óbvio se esconda e esteja no anonimato no Brasil — que, se o juiz, sem sair do cargo, aceita convite para ser ministro de Estado e, sem sair do cargo, entra em férias para organizar o ministério, ele estará infringindo o Estatuto da Magistratura, o Código de Ética dos juízes e a Constituição da República.
Parece tão simples isso.
Além do mais, por qual razão os cidadãos da República têm de continuar a pagar o salário do juiz, em férias, para organizar o seu ministério? Ele tem direito a férias? Pois bem.
Se tem, não pode tirá-las na condição de juiz já aceitante de um cargo no Poder Executivo. Isso ou temos de desenhar?
O que espanta (ou não espanta) é que, no Brasil, estamos nos acostumando a deixar passar essas coisas.
O tribunal ao qual Moro é vinculado deveria, de oficio, abrir um procedimento.
O CNJ tem o dever de fazer. Mas, pelo visto, até agora, nada.
-------------------------
Nazareno Fonteles é médico e ex-deputado federal (PT-PI)
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.