Condenado pelo então juiz federal Sérgio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-ministro ganhou, nessa quarta (28), o direito de ir para casa.
Palocci deve ser um dos maiores arquivos vivos das negociatas nacionais. Mas, até agora, a parte de sua delação que foi divulgada não trouxe nada de novo, além de acusações contra Lula que ainda demandam provas.
Os defensores da colaboração premiada apontam políticos como os mais importantes chefes de quadrilha. Mas vale lembrar que empresários moldaram o Estado de acordo com suas necessidades, comprando e vendendo quem fosse preciso, sangrando os cofres públicos, escrevendo e aprovando leis que os beneficiavam. Não são menos responsáveis.
Esperemos que Palocci tenha delatado bancos e empresas do setor financeiro, representantes do agronegócio, das indústrias, do comércio, dos serviços, de nacionais, de multinacionais, enfim, de todas as empresas que fez rir e que e que o fizeram e a outros rirem.
Seria o empurrão que falta para duas importantes reformas: a Política (uma de fato, não o arremedo feito até aqui) e a Tributária. Para chacoalhar de vez o país e dar o reset que a gente verdadeiramente precisa. Para muito além do salto ao desconhecido que estamos dando agora.
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Leonardo Sakamoto - é jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo; no Blog do Sakamoto.
Palocci deve ser um dos maiores arquivos vivos das negociatas nacionais. Mas, até agora, a parte de sua delação que foi divulgada não trouxe nada de novo, além de acusações contra Lula que ainda demandam provas.
Os defensores da colaboração premiada apontam políticos como os mais importantes chefes de quadrilha. Mas vale lembrar que empresários moldaram o Estado de acordo com suas necessidades, comprando e vendendo quem fosse preciso, sangrando os cofres públicos, escrevendo e aprovando leis que os beneficiavam. Não são menos responsáveis.
Esperemos que Palocci tenha delatado bancos e empresas do setor financeiro, representantes do agronegócio, das indústrias, do comércio, dos serviços, de nacionais, de multinacionais, enfim, de todas as empresas que fez rir e que e que o fizeram e a outros rirem.
Seria o empurrão que falta para duas importantes reformas: a Política (uma de fato, não o arremedo feito até aqui) e a Tributária. Para chacoalhar de vez o país e dar o reset que a gente verdadeiramente precisa. Para muito além do salto ao desconhecido que estamos dando agora.
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Leonardo Sakamoto - é jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo; no Blog do Sakamoto.
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