Hoje (17/12/18) é dia de prestar homenagem a Manoel Meireles. Pai de meus três filhos, Plínio Marcus, Hélio Vinícius e Flávio Victor. Sétimo dia da sua morte terrena. Com minhas orações e votos de uma boa acolhida na eternidade. Que Deus Pai todo poderoso e misericordioso o tenha como um dos seus eleitos.
O que eu posso dizer de Manoel Meireles? Uma pessoa de grande humanidade, amigos das horas difíceis. À sua maneira, um grande pai. Convivi por muito tempo com todos os oito filhos do Meireles. Laura Emília, a mais parecida com ele, segundo o próprio, Lilian, a mais meiga, Liz Elizabeth, a mais parecida com a mãe, o Ulisses, o mais reservado, o Kennedy, sempre acolhido na nossa casa, e os nossos três, Plínio, Hélio e Flávio num convívio às vezes harmonioso, às vezes conflitantes, mas sempre presente.
Conheci o Meireles no começo da organização do PT. Achava aquele homem esquisito, inquieto, não conseguia permanecer parado nas reuniões. A convivência, as viagens por todo o Piauí acabou nos aproximando e ficamos juntos mais de vinte anos. Dedicamos juntos mais de quinze anos das nossas vidas, integralmente, sem final de semana livre à organização dos trabalhadores rurais à construção do PT, no Brasil e no Piauí.
O Meireles era incansável, junto com Adalberto Pereira e a Lujan, formava o grupo MAL, iniciais dos seus nomes. Não existia trabalho, tarefa difíceis para o Manoel Meireles. Era generoso, corajoso e desprendido. Era um homem extremamente religioso, de assistir missa todos os domingos. Ensinou aos nossos três filhos as primeiras orações, a agradecer sempre por tudo o que tinham. Fazia sempre a reflexão da desigualdade social. Proibia os filhos de beber coca cola, para ele, o maior símbolo do capitalismo americano.
Não se cuidava, não se importava com a aparência. Gostava de comer bem. Bebia sua cerveja todos os dias. Levava mais de uma hora para tomar uma cerveja, sempre acompanhada de algum tira gosto.
Gostava muito da família. Um dos seus maiores orgulhos era juntar todo mundo: filhos, irmãos, amigos. Era uma alegria. Na Morada Mandacaru fizemos muitas reuniões familiares e políticas. Sempre como uma grande festa. Se orgulhava muito de aquela pequena propriedade suprir quase todas as nossas necessidades alimentares, de frutas, verduras, carnes. Ali também acontecia tudo de lazer. Fez um campo de futebol para os meninos jogar com os amigos, de Altos, os quais ele trazia e levava de volta, depois do jogo, do banho e do lanche.
Ensinou aos filhos o valor do trabalho. Para trabalhar, o Meireles era incansável. Não existia domingo, feriado para descanso. E por isso não consigo imaginar como foram os últimos anos do Meireles, sobrevivendo passivamente. Era um homem de ação.
Meireles já não fazia parte da minha vida e nem do PT. Creio que o PT tem uma dívida grande com o Meireles. Mas agora nada que seja feito hoje importa. Quem sabe ... na eternidade!
Paz eterna !!!
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Francisca de Almeida Mascarenhas - educadora, foi esposa de Manoel Meireles.
O que eu posso dizer de Manoel Meireles? Uma pessoa de grande humanidade, amigos das horas difíceis. À sua maneira, um grande pai. Convivi por muito tempo com todos os oito filhos do Meireles. Laura Emília, a mais parecida com ele, segundo o próprio, Lilian, a mais meiga, Liz Elizabeth, a mais parecida com a mãe, o Ulisses, o mais reservado, o Kennedy, sempre acolhido na nossa casa, e os nossos três, Plínio, Hélio e Flávio num convívio às vezes harmonioso, às vezes conflitantes, mas sempre presente.
Conheci o Meireles no começo da organização do PT. Achava aquele homem esquisito, inquieto, não conseguia permanecer parado nas reuniões. A convivência, as viagens por todo o Piauí acabou nos aproximando e ficamos juntos mais de vinte anos. Dedicamos juntos mais de quinze anos das nossas vidas, integralmente, sem final de semana livre à organização dos trabalhadores rurais à construção do PT, no Brasil e no Piauí.
O Meireles era incansável, junto com Adalberto Pereira e a Lujan, formava o grupo MAL, iniciais dos seus nomes. Não existia trabalho, tarefa difíceis para o Manoel Meireles. Era generoso, corajoso e desprendido. Era um homem extremamente religioso, de assistir missa todos os domingos. Ensinou aos nossos três filhos as primeiras orações, a agradecer sempre por tudo o que tinham. Fazia sempre a reflexão da desigualdade social. Proibia os filhos de beber coca cola, para ele, o maior símbolo do capitalismo americano.
Não se cuidava, não se importava com a aparência. Gostava de comer bem. Bebia sua cerveja todos os dias. Levava mais de uma hora para tomar uma cerveja, sempre acompanhada de algum tira gosto.
Gostava muito da família. Um dos seus maiores orgulhos era juntar todo mundo: filhos, irmãos, amigos. Era uma alegria. Na Morada Mandacaru fizemos muitas reuniões familiares e políticas. Sempre como uma grande festa. Se orgulhava muito de aquela pequena propriedade suprir quase todas as nossas necessidades alimentares, de frutas, verduras, carnes. Ali também acontecia tudo de lazer. Fez um campo de futebol para os meninos jogar com os amigos, de Altos, os quais ele trazia e levava de volta, depois do jogo, do banho e do lanche.
Ensinou aos filhos o valor do trabalho. Para trabalhar, o Meireles era incansável. Não existia domingo, feriado para descanso. E por isso não consigo imaginar como foram os últimos anos do Meireles, sobrevivendo passivamente. Era um homem de ação.
Meireles já não fazia parte da minha vida e nem do PT. Creio que o PT tem uma dívida grande com o Meireles. Mas agora nada que seja feito hoje importa. Quem sabe ... na eternidade!
Paz eterna !!!
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Francisca de Almeida Mascarenhas - educadora, foi esposa de Manoel Meireles.
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