O título pode parecer pouco original, considerando se tratar de paródia de trecho da canção de Geraldo Vandré, contudo, ganha força se imaginarmos a máquina de guerra montada para coibir a lágrima de Lula durante sua breve passagem pelo velório do neto que tanto amava, ocorrido no sábado de carnaval. Um miúdo homem de 1,70 cm e de cabelos esbranquiçados por seus 73 anos, fragilizado por tantas desgraças que se abateram sobre si, consegue mobilizar um exército gigantesco e destacado para guerrear contra as lágrimas que o idoso iria verter. Toda a força bélica e o aparato humano fortemente armado para reprimir um pranto se mostrou miúdo diante da presença dolorida e silenciosa de Lula. Tudo isso porque, frouxamente covardes, aqueles dublês de homens verdadeiros ainda sabem que Lula não teria a magia de um herói da ficção que, naquele momento, pudesse se transformar em figura que voasse em fuga para Krypton, mas ainda carrega consigo o gigantismo das ideias.
O que mais chamou a atenção foi o instante em que o ex-presidente tentou tocar, calado, a mão de alguém que acenava para ele e foi imediata e abruptamente (quase empurrado) por um jovem brutamontes da Polícia Federal. Aquele homem da “Lei” deve ter guardado o gesto para si como o provável heroísmo máximo de sua vida; ele não vai conseguir outro momento de tão desmedida bravura como o de impedir que um velhinho trocasse cumprimento tátil de milésimos de segundos com um semelhante. É que ali estão os super poderes de Lula: na cordialidade e empatia com os humanos de verdade; com aqueles que resistem à cegueira do ódio e conseguem ver o legado do bem que aquele mirrado homem empreendeu. A força que carrega não está na septuagenária carne já flácida, mas na leveza, lucidez e humanidade de seus pensamentos que se mantém guardados com frescor em uma cela de Curitiba. Essa é a poção poderosa que Lula mantém consigo e faz daqueles “soldados armados amados ou não quase todos perdidos de armas na mão”.
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Alvaro Luis Carneiro é jornalista, nas redes sociais.
O que mais chamou a atenção foi o instante em que o ex-presidente tentou tocar, calado, a mão de alguém que acenava para ele e foi imediata e abruptamente (quase empurrado) por um jovem brutamontes da Polícia Federal. Aquele homem da “Lei” deve ter guardado o gesto para si como o provável heroísmo máximo de sua vida; ele não vai conseguir outro momento de tão desmedida bravura como o de impedir que um velhinho trocasse cumprimento tátil de milésimos de segundos com um semelhante. É que ali estão os super poderes de Lula: na cordialidade e empatia com os humanos de verdade; com aqueles que resistem à cegueira do ódio e conseguem ver o legado do bem que aquele mirrado homem empreendeu. A força que carrega não está na septuagenária carne já flácida, mas na leveza, lucidez e humanidade de seus pensamentos que se mantém guardados com frescor em uma cela de Curitiba. Essa é a poção poderosa que Lula mantém consigo e faz daqueles “soldados armados amados ou não quase todos perdidos de armas na mão”.
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Alvaro Luis Carneiro é jornalista, nas redes sociais.
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