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acessepiaui@hotmail.com

12/05/2019 - 08h55

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Mãe, sempre mãe! 12 de maio de 2019

Carlos Drummond de Andrade, a quem sempre recorro, um dia perguntou por que Deus permite que as mães vão-se embora. Por que, afinal?

 

Uma das verdades que costumamos dizer é que a vida é tão curta e tudo passa tão rápido que não nos damos conta do tempo que desperdiçamos.

Não faz muito tempo – parece até que foi ontem – falávamos aqui sobre essa figura iluminada e incomparável chamada a mãe. Dizia eu que o domingo das mães, com certeza, é um dia de festas, um dia de muita alegria para quem ainda tem uma mãe ao seu lado. Mas também é um dia de muita saudade para quem, como eu, já não tenho uma mãe por perto para aquele afago generoso do dia a dia.

Carlos Drummond de Andrade, a quem sempre recorro, um dia perguntou por que Deus permite que as mães vão-se embora.

Por que, afinal?

Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e a chuva desaba,

Mãe – prossegue Drummond – é veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento.

Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça, é eternidade.

Por que Deus se lembra

– mistério profundo – de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo baixava uma lei:

Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho 

e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.

Que bom seria, diz a escritora Cecilia Sfalsin, se todos os dias fossem o dia das mães,

Se os filhos acordassem sensíveis a uma tamanha gratidão,

Se os corações de todos fossem presenteáveis,

Se o amor por todas elas fosse coberto de obediência, respeito, carinho e cuidados.

Bom seria se todos os dias fossem o dia das mães, se os filhos ouvissem seus conselhos como ouve o melhor amigo, se eles a tratassem realmente todos os dias como uma joia de grande valor, e pensassem bem antes de lhe responder indevidamente.

Mãe, tal qual escreveu Cecília Meireles, sinto falta do seu olhar penetrante, do seu sorriso marcante e do seu jeito simples de ser.

Sinto falta das palavras amigas, dos gestos carinhosos ou simplesmente da certeza que estavas ao meu lado.

Sinto falta do sim, do não, do talvez e principalmente dos conselhos exagerados.

Sinto falta do simples do complexo, do início e do fim.

Sinto falta do tempo em que nos seus braços eu podia me apoiar.

Sinto falta do tempo em que mesmo errado via no seu olhar furioso a mais bela declaração de amor.

Sinto falta das cobranças e das lembranças do tempo de criança.

Sinto falta das palmadas, dos beliscões e puxões de orelha.

Sinto falta da sua presença, do cheiro do perfume e do jeito simples de ser.

Obrigado por tudo, mãe!

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Chico Leal é jornalista, nas redes sociais. 

Vida Campestre

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