Uma das verdades que costumamos dizer é que a vida é tão curta e tudo passa tão rápido que não nos damos conta do tempo que desperdiçamos.
Não faz muito tempo – parece até que foi ontem – falávamos aqui sobre essa figura iluminada e incomparável chamada a mãe. Dizia eu que o domingo das mães, com certeza, é um dia de festas, um dia de muita alegria para quem ainda tem uma mãe ao seu lado. Mas também é um dia de muita saudade para quem, como eu, já não tenho uma mãe por perto para aquele afago generoso do dia a dia.
Carlos Drummond de Andrade, a quem sempre recorro, um dia perguntou por que Deus permite que as mães vão-se embora.
Por que, afinal?
Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e a chuva desaba,
Mãe – prossegue Drummond – é veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento.
Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo – de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo baixava uma lei:
Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.
Que bom seria, diz a escritora Cecilia Sfalsin, se todos os dias fossem o dia das mães,
Se os filhos acordassem sensíveis a uma tamanha gratidão,
Se os corações de todos fossem presenteáveis,
Se o amor por todas elas fosse coberto de obediência, respeito, carinho e cuidados.
Bom seria se todos os dias fossem o dia das mães, se os filhos ouvissem seus conselhos como ouve o melhor amigo, se eles a tratassem realmente todos os dias como uma joia de grande valor, e pensassem bem antes de lhe responder indevidamente.
Mãe, tal qual escreveu Cecília Meireles, sinto falta do seu olhar penetrante, do seu sorriso marcante e do seu jeito simples de ser.
Sinto falta das palavras amigas, dos gestos carinhosos ou simplesmente da certeza que estavas ao meu lado.
Sinto falta do sim, do não, do talvez e principalmente dos conselhos exagerados.
Sinto falta do simples do complexo, do início e do fim.
Sinto falta do tempo em que nos seus braços eu podia me apoiar.
Sinto falta do tempo em que mesmo errado via no seu olhar furioso a mais bela declaração de amor.
Sinto falta das cobranças e das lembranças do tempo de criança.
Sinto falta das palmadas, dos beliscões e puxões de orelha.
Sinto falta da sua presença, do cheiro do perfume e do jeito simples de ser.
Obrigado por tudo, mãe!
--------------
Chico Leal é jornalista, nas redes sociais.
Não faz muito tempo – parece até que foi ontem – falávamos aqui sobre essa figura iluminada e incomparável chamada a mãe. Dizia eu que o domingo das mães, com certeza, é um dia de festas, um dia de muita alegria para quem ainda tem uma mãe ao seu lado. Mas também é um dia de muita saudade para quem, como eu, já não tenho uma mãe por perto para aquele afago generoso do dia a dia.
Carlos Drummond de Andrade, a quem sempre recorro, um dia perguntou por que Deus permite que as mães vão-se embora.
Por que, afinal?
Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e a chuva desaba,
Mãe – prossegue Drummond – é veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento.
Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo – de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo baixava uma lei:
Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.
Que bom seria, diz a escritora Cecilia Sfalsin, se todos os dias fossem o dia das mães,
Se os filhos acordassem sensíveis a uma tamanha gratidão,
Se os corações de todos fossem presenteáveis,
Se o amor por todas elas fosse coberto de obediência, respeito, carinho e cuidados.
Bom seria se todos os dias fossem o dia das mães, se os filhos ouvissem seus conselhos como ouve o melhor amigo, se eles a tratassem realmente todos os dias como uma joia de grande valor, e pensassem bem antes de lhe responder indevidamente.
Mãe, tal qual escreveu Cecília Meireles, sinto falta do seu olhar penetrante, do seu sorriso marcante e do seu jeito simples de ser.
Sinto falta das palavras amigas, dos gestos carinhosos ou simplesmente da certeza que estavas ao meu lado.
Sinto falta do sim, do não, do talvez e principalmente dos conselhos exagerados.
Sinto falta do simples do complexo, do início e do fim.
Sinto falta do tempo em que nos seus braços eu podia me apoiar.
Sinto falta do tempo em que mesmo errado via no seu olhar furioso a mais bela declaração de amor.
Sinto falta das cobranças e das lembranças do tempo de criança.
Sinto falta das palmadas, dos beliscões e puxões de orelha.
Sinto falta da sua presença, do cheiro do perfume e do jeito simples de ser.
Obrigado por tudo, mãe!
--------------
Chico Leal é jornalista, nas redes sociais.
Vida Campestre
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.