O ministro da educação, Abraham Weintraub, disse que tem uma proposta para a educação básica: os aprovados no Enem com boa pontuação podem ser professores, o governo dará um salário mínimo. O ministro precisa entender que para ser professor é preciso ter formação em curso superior de licenciatura ou pedagogia.

Na visão dele basta ter noções de matemática e conhecimento de linguagem, para tornar-se professor. A formação de professor(a) envolve um conjunto de competências que articula conhecimento específico com formação pedagógica. Outro aspecto, os professores tem um piso salarial nacional que com certeza não é o salário mínimo. 

Esse ministro é tão despreparado que ainda chama séries iniciais e finais do ensino fundamental de primário e ginásio. Não conhece a LDB, não entende o que é o PNE(as metas deverão ser cumpridas e não desconstruidas); não sabe como funciona o financiamento da educação básica através do FUNDEB.

Ele ignora os dados de avaliação do próprio MEC e monta dados totalmente ideologizado para justificar sua aversão às universidades e, sobretudo, à área de humanas. Não conhece os programas de formação continuada de professores e ao invés de estimular a articulação entre os diversos níveis de ensino cria uma guerra entre universidade e educação básica. 

Se ele estivesse estudado mais iria entender que o papel do MEC é assegurar a unidade do sistema e, no caso de distorções, corrigí-las. Seu objetivo é negar tudo que foi feito antes. Às vezes penso que é só incompetência outras vezes penso que sua missão é desconstruir toda a rede para justificar a privatização.

Já passamos por muitos governos, mas este se supera em matéria de obscurantismo e retrocesso.

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Edna Magalhães é professora doutora da Universidade Federal do Piauí; nas redes sociais.