Foi com muito pesar que recebi a notícia sobre o tipo de relacionamento do ex juiz Sérgio Moro e os membros da força-tarefa do MPF responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba.

Quanto aos procuradores federais, nenhuma surpresa. Nunca acreditei em paladinos da verdade e da justiça. 
Quanto ao ex juiz Moro, por mais que nunca tivesse nutrido por ele qualquer espécie de apreço ou desapreço a sua pessoa, a palavra que traduz o que sinto hoje é decepção.

O juiz só pode agir mediante provocação, e para manter a sua indispensável imparcialidade, deve ficar equidistante das partes.

Os diálogos vazados pelos hackers ou fontes anônimas – e não importa a natureza jurídica do vazamento, se legal ou ilegalmente! – demonstram que o ex juiz, atual Ministro da Justiça, influía no processo investigatório, comprometendo de forma inexorável a lisura do processo criminal, independentemente do acerto ou desacerto do veredicto e da aferição da veracidade dos fatos típicos, antijurídicos e culpáveis. Imagine-se se ele tivesse postura semelhante com os advogados responsável pela defesa do ex presidente Lula, o que pensaríamos? O juiz "herói", "paladino da justiça", "caçador de corruptos" está nú!

Como diria Boris Casoy: “isto é uma vergonha!”

* Por Carlos Henrique Alencar.