Lula deixou o Nordeste, retirante, aos 9 anos de idade. Trabalhou desde sempre, para ajudar a mãe abandonada pelo marido. Em Santos e São Paulo. Tornou-se metalúrgico. Não se aposentou por conta do acidente em que perdeu um dedo (os escroques contam essa história mentirosa desde as eleições de 1989). Ingressou no sindicalismo e passou a liderar o maior sindicato de trabalhadores da América Latina. Fez-se político, fundou o PT, exerceu o mandato de deputado federal, conquistou a Presidência da República.
 
Ao ouvir o Governador de São Paulo, João Dória (PSDB), dizer que, com a transferência de Lula para o presídio de Tremembé, ele iria ter a oportunidade de trabalhar pela primeira vez na vida, tive um misto de raiva e espanto com a declaração.
 
Raiva, porque Dória é um playboy vida boa, como todo playboy. Se alguém nunca trabalhou, no sentido de pegar no pesado, de fazer calos nas mãos, de colocar na mesa aquilo que produziu com o suor que desce pela face, foi ele.

Espanto porque um governador que diz que um político que já foi Presidente da República nunca trabalhou (tendo sido reeleito) é porque esse governador está falando de si mesmo. Dória nunca trabalhou, nem como político. É um playboy burguês asqueroso incapaz de dar o laço nos cadarços de seus sapatos.