Daqui, do itinerário destas crônicas reminiscentes, do Professor Cineas Santos, onde o perfil da cidade amada se desdobra em múltiplas faces, através de um “deus das pequenas coisas”, sinto saudades de mim.
Não há como não se comover com essas partículas de “nós”, que se vão desprendendo feito folhas secas de uma grande árvore-mãe, sem que, nem sequer, percebamos, pois seguimos apegados à loucura moderna da sobrevivência a qualquer custo.
São percepções sensíveis de um retirante do sertão que, há meio século, chegou a Teresina e, de tanto amá-la, seguiu seus passos, seus trejeitos, sua mudança de pele, a transformação de uma pacata província numa voraz metrópole de porte médio, sem as virtudes das grandes.
Sob as rodas velozes de um tempo indiferente, vão se apagando as digitais que configuram sua real diferença: os usos e costumes que convergem para a harmonia de uma comunidade inclusiva. A febre de ser outra vai ceifando as pequenas histórias transversais, que, nas suas personas em conflito, plasmam o desassossego da nossa própria existência.
Se toda cidade que se preza, por menor que seja, tem um cronista, Teresina também tem o seu: o Professor Cineas Santos. Não que ele se apresente como tal para ocupar esse lugar, mas suas recorrentes preocupações com o destino da cidade o colocam nessa condição. Nos últimos 50 anos, nenhum outro teresinense teve participação tão efetiva na vida cultural da cidade.
Seja como professor, poeta, jornalista, editor, livreiro ou empreendedor de projetos comunitários de longa duração, tais como o SALIPI e A Cara Alegre do Piauí (quase sempre tocados apenas com a paixão de servir melhor).
Imenso é o caminho percorrido desde a sua chegada à capital, na década de 1960 (tempo em que nem se pode falar de escassez, pois não havia com o que comparar), aos dias de hoje, cuja vastidão de meios é o grande desafio, já que o seu emprego, em geral, não se destina a produzir qualidade nem a atender aos que mais precisam.
Porém, acostumado ao sertão adverso, nenhum percalço lhe serve de obstáculo intransponível, ao contrário, torna-o ainda mais recalcitrante e atirado ao incontrolável vício de sonhar.
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(Prefácio do livro Teresina para amadores – Salgado Maranhão) - 2015. Texto originalmente postado pelo professor Cineas Santos, nas redes sociais.
Não há como não se comover com essas partículas de “nós”, que se vão desprendendo feito folhas secas de uma grande árvore-mãe, sem que, nem sequer, percebamos, pois seguimos apegados à loucura moderna da sobrevivência a qualquer custo.
São percepções sensíveis de um retirante do sertão que, há meio século, chegou a Teresina e, de tanto amá-la, seguiu seus passos, seus trejeitos, sua mudança de pele, a transformação de uma pacata província numa voraz metrópole de porte médio, sem as virtudes das grandes.
Sob as rodas velozes de um tempo indiferente, vão se apagando as digitais que configuram sua real diferença: os usos e costumes que convergem para a harmonia de uma comunidade inclusiva. A febre de ser outra vai ceifando as pequenas histórias transversais, que, nas suas personas em conflito, plasmam o desassossego da nossa própria existência.
Se toda cidade que se preza, por menor que seja, tem um cronista, Teresina também tem o seu: o Professor Cineas Santos. Não que ele se apresente como tal para ocupar esse lugar, mas suas recorrentes preocupações com o destino da cidade o colocam nessa condição. Nos últimos 50 anos, nenhum outro teresinense teve participação tão efetiva na vida cultural da cidade.
Seja como professor, poeta, jornalista, editor, livreiro ou empreendedor de projetos comunitários de longa duração, tais como o SALIPI e A Cara Alegre do Piauí (quase sempre tocados apenas com a paixão de servir melhor).
Imenso é o caminho percorrido desde a sua chegada à capital, na década de 1960 (tempo em que nem se pode falar de escassez, pois não havia com o que comparar), aos dias de hoje, cuja vastidão de meios é o grande desafio, já que o seu emprego, em geral, não se destina a produzir qualidade nem a atender aos que mais precisam.
Porém, acostumado ao sertão adverso, nenhum percalço lhe serve de obstáculo intransponível, ao contrário, torna-o ainda mais recalcitrante e atirado ao incontrolável vício de sonhar.
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(Prefácio do livro Teresina para amadores – Salgado Maranhão) - 2015. Texto originalmente postado pelo professor Cineas Santos, nas redes sociais.
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