Decididamente, foi uma semana ruim. Em curto espaço de tempo, perdemos três figuras de expressão na cultura brasileira: Moraes Moreira, Rubem Fonseca e Luiz Alfredo Garcia-Roza.
Morais Moreira foi a melhor tradução da alegria na MPB. Transitava, com desenvoltura, pelos mais diversos ritmos: do rock ao baião. Da experiência com os Novos Baianos, conservou a alegria e a leveza. Mas sua contribuição para a MPB vai muito além de músicas dançantes. Deixou um punhado de canções que permanecerão. Seu disco “Acabou Chorare” foi incluído entre os cem melhores discos brasileiros de todos os tempos.
Rubem Fonseca, com seu estilo “brutalista”, renovou a ficção brasileira urbana. Com desassombro, escreveu contos e romances magistrais. Sem meias-palavras: era seco, cortante, incisivo. Quem ainda não leu nada dele, comece por Feliz Ano Novo, livro que, pela crueza da linguagem, incomodou a ditadura: foi proibido de circular por muitos. Tem obras para todos os gostos: O cobrador; Agosto; o Selvagem da Ópera; Lúcia McCarter, etc. Viveu recluso na cidade (o Rio de Janeiro) que, como ninguém, retratou em sua ficção.
Luiz Alfredo Garcia-Roza foi um grande professor de filosofia e psicanálise (UFRJ) que, aos 62 anos de idade, resolveu escrever romances policiais. Estreou com O silêncio da chuva, revelando o detetive Espinosa, já incorporado à galeria dos grandes personagens da ficção brasileira. Um escritor elegante e competente. Para quem gosta de boa literatura policial, recomenda-se: Uma janela para Copacabana, Céu de origamis, A última mulher.
Finalmente, morreu a Esperança, a gatinha malhada, que nasceu sem parte das patas dianteiras e sem a orelha direita. Adotada por Renata Garcia, em São Paulo, tornou-se celebridade: o seu blog Esperança: a gatinha mais que feliz, tinha 12 mil seguidores. Viveu dez anos sem queixas... Não quero ser pessimista, mas é um mau presságio.
*******
Cineas Santos é professor, escritor, poeta e produtor cultural - nas redes sociais.
Morais Moreira foi a melhor tradução da alegria na MPB. Transitava, com desenvoltura, pelos mais diversos ritmos: do rock ao baião. Da experiência com os Novos Baianos, conservou a alegria e a leveza. Mas sua contribuição para a MPB vai muito além de músicas dançantes. Deixou um punhado de canções que permanecerão. Seu disco “Acabou Chorare” foi incluído entre os cem melhores discos brasileiros de todos os tempos.
Rubem Fonseca, com seu estilo “brutalista”, renovou a ficção brasileira urbana. Com desassombro, escreveu contos e romances magistrais. Sem meias-palavras: era seco, cortante, incisivo. Quem ainda não leu nada dele, comece por Feliz Ano Novo, livro que, pela crueza da linguagem, incomodou a ditadura: foi proibido de circular por muitos. Tem obras para todos os gostos: O cobrador; Agosto; o Selvagem da Ópera; Lúcia McCarter, etc. Viveu recluso na cidade (o Rio de Janeiro) que, como ninguém, retratou em sua ficção.
Luiz Alfredo Garcia-Roza foi um grande professor de filosofia e psicanálise (UFRJ) que, aos 62 anos de idade, resolveu escrever romances policiais. Estreou com O silêncio da chuva, revelando o detetive Espinosa, já incorporado à galeria dos grandes personagens da ficção brasileira. Um escritor elegante e competente. Para quem gosta de boa literatura policial, recomenda-se: Uma janela para Copacabana, Céu de origamis, A última mulher.
Finalmente, morreu a Esperança, a gatinha malhada, que nasceu sem parte das patas dianteiras e sem a orelha direita. Adotada por Renata Garcia, em São Paulo, tornou-se celebridade: o seu blog Esperança: a gatinha mais que feliz, tinha 12 mil seguidores. Viveu dez anos sem queixas... Não quero ser pessimista, mas é um mau presságio.
*******
Cineas Santos é professor, escritor, poeta e produtor cultural - nas redes sociais.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.