Texto e imagens: Mauro Sampaio
O presidente Jair Bolsonaro convocou os seus apoiadores ao 7 de Setembro em Brasília e São Paulo para dizer ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal - STF que não está sozinho.
Se Fernando Collor foi abandonado em 1992 pelos "patriotas", o Dia da Independência de Bolsonaro em 2021 promete permanência.
Na capital do país, a maior manifestação desde a votação pela Câmara dos Deputados do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. A Esplanada dos Ministérios tinha gente, ônibus e caminhões. Caravanas de diversas regiões - várias patrocinadas pelo agronegócio - confirmaram o apoio ao líder da extrema direita brasileira.
A economia pode estar em baixa; a inflação, em alta. Os 600 mil mortos pela Covid-19 não interessam. A família implicada no esquema das rachadinhas é "fake news". Qualquer coisa que não esteja bem, o culpado não é Bolsonaro.
Os governadores, os prefeitos, o STF e os "comunistas" são os responsáveis pela gasolina a R$ 7, pela carne "salgada", pelo botijão de gás e a energia elétrica nas alturas, pelo sofrimento do desemprego e pelas vidas perdidas.
Bolsonaro lidera uma expressiva parcela da população que acredita nele como "enviado de Deus". O fanatismo o autoriza a fechar o Congresso Nacional e a Corte, para restituir "a lei e a ordem" com a implantação do voto impresso auditável, a promulgação de uma Constituição "anticomunista" e a deposição dos ministros supremos (porque "supremo é o povo"), especialmente Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Nas quatro linhas em que joga o presidente, a sua torcida quer que ele também seja o juiz e o dono da bola. Só há um resultado possível: a reeleição em 2022. Democracia tem que ser o regime em que o "mito" manda e desmanda.
Mauro Sampaio
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