O suposto líder dos caminhoneiros, o ainda foragido Zé Trovão, afirmou aos bolsonaristas acampados na Esplanada dos Ministérios que a Polícia Militar daria licença para o avanço até o Supremo Tribunal Federal - STF caso o Senado Federal não apreciasse em 24 horas o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
O STF e o voto auditável motivavam, desde o feriado de 7 de setembro, o "estado de sítio" decretado pelos aliados do Presidente Jair Bolsonaro. Mas o fogo baixou e apagou. O "mito" arregou no dia 9, com uma cartinha escrita pelo antecessor, Michel Temer, o "pacificador".
Veio a ordem, a partir daí, para que os caminhoneiros desbloqueassem rodovias e os acampados em Brasília batessem em retirada. Houve alguma resistência. Uns mais exaltados exigiam dos policiais que apresentassem mandado de despejo. Outros, mais emotivos, diziam que estavam longe da casa lutando pelo Brasil, contra o comunismo, e a PM deveria ignorar "ordens ilegais" e se juntar à "causa".
Em vão. Um coronel cansou do que chamou de "show" e deu prazo de 10 minutos para que barracas fossem desmontadas. A tropa de choque entraria em ação no caso de desobediência. Um PM usou gás de pimenta para demonstrar que a coisa era séria. Nenhum parlamentar bolsonarista prestou solidariedade aos patriotas que vieram a Brasília autorizar o presidente a fechar o STF e fazer a "intervenção democrática".
A Esplanada está liberada para a manifestação em defesa do impeachment, no dia 12 de setembro, organizada por ex-aliados de Bolsnaro, como o MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem pra Rua. A militância de esquerda deverá faltar.
Texto e imagens: Mauro Sampaio
Mauro Sampaio
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