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Redação

acessepiaui@hotmail.com

16/09/2015 - 08h14

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Redação

acessepiaui@hotmail.com

16/09/2015 - 08h14

Machados & Perdidos embarca no Acessepiaui

Rumo a vários canais pelo mundo cultural, do nosso quintal que está repleto de riquezas, tesouros prontos para serem descobertos.

Jornalista e publicitário, Machado Júnior (Foto: André Leão)

 Jornalista e publicitário, Machado Júnior (Foto: André Leão)

Machados & Perdidos estreia quinta-feira, 17, no Acesse. A coluna é assinada pelo músico, jornalista e publicitário, Machado Júnior, que se propõe “ser uma estação onde vai embarcar rumo a vários canais pelo mundo cultural (principalmente da cultura pop) e da cultura local, do nosso quintal que está repleto de riquezas, tesouros prontos para serem descobertos”. A proposta é embalada pela ansiedade de criar, expor, provocar e interagir. “Vejo que a melhor forma de interagir é participar das discussões, divulgar projetos, encontros e eventos, dando visibilidade para esses coletivos independentes que conseguem fazer muito com pouco, por nossa cultura”, acrescenta o músico. Machado Júnior nessa entrevista dá também mais detalhes da lógica da sua coluna, sobre produção cultural via internet, emite opinião sobre se dá pra viver de cultura em Teresina e do apoio publico e privado à cultura local.

 

 

Quem é Machado Júnior, um pouco do já fez e faz hoje? 

 

Machado Junior é músico, jornalista, poeta, publicitário e produtor musical. Apaixonado pela vida e pela arte, principalmente quando uma imita a outra. Atua nessas áreas há mais de 25 anos, no Piauí e em vários Estados em que morou: São Paulo, Minas Gerais, Pará, Maranhão e Ceará. É um dos compositores piauienses com maior número de canções gravadas por intérpretes locais e de outros estados brasileiros, tendo participado de coletâneas internacionais de MPB, distribuídas na Europa e EUA. Foi colaborador de vários jornais e portais sempre escrevendo sobre temas voltados para a cultura pop e afins como: cinema, Tv, quadrinhos, música, poesia, marketing e comunicação e a produção cultural piauiense. Hoje trabalha como diretor de criação na Dallas comunicação e através de sua empresa SALA DE IDEIAS tem uma parceria com agência ALG Publicidade, além de atender e prestar consultoria na área de criação publicitária, planejamento estratégico, marketing de conteúdo e mídias digitais.

 

 

Como avalia a importância da internet e das redes sociais na atualidade?

 

 

Hoje a informação necessita ser precisa e ágil, no conteúdo e no “time” do público que a recebe, em todos seus segmentos. Há uma necessidade de se criar um relacionamento onde o jornalista, articulista, o emissor de uma mensagem, possa estar interagindo sempre com seu público, em uma quase simbiose, onde um possa alimentar o outro e vice versa.  Em outro aspecto, a web e redes sociais nos dão a liberdade de nos posicionar, expressar, ponderar, conectados nessa imensa “Aldeia Global”, termo atribuído ao filósofo Marshall McLuhan,  que vislumbrou a internet, quase 30 anos antes de ser inventada, e o seu papel de encurtar distâncias, onde o planeta se transforma em uma  aldeia: um mundo em que todos estariam, de certa forma, interligados. Isso é a Rede Social: uma ferramenta necessária que nos conecta e nos aproxima independente da distância geográfica. Essencial para a comunicação e a liberdade de opinião, nestas primeiras décadas do século 21.

 

 

O que a rede trouxe de positivo para quem produz cultura?

 

 

A Rede deu ao produtor cultural (seja ele independente, executivo ou institucional) uma ferramenta que faz o conteúdo do seu trabalho chegar com qualidade e rapidez, ao seu público alvo, selecionando e ampliando o perfil individual e coletivo desse público, além de enriquecer suas atividades e projetos através dessa interatividade entre todos que fazem parte de sua rede, que se transforma em uma ilimitada fonte de ideias e debates.

 

 

Como avalia a produção cultural na área musical em nível de Brasil e Teresina na atualidade?

 

 

Eu avalio, nas suas devidas proporções, que a produção cultural piauiense tem tido uma evolução muito grande, em constante processo de mutação, através de produtores e coletivos independentes, políticas públicas de incentivo e manutenção de projetos agregadores, pontos de cultura em bairros, comunidades e demais municípios, descentralizando o conhecimento e, agindo como agentes multiplicadores e facilitadores do fazer, da gestão e do marketing cultural. Isso tem apresentado aos piauienses e ao Brasil, a riqueza presente nas diferentes faces da nossa produção cultural.

 

 

Como o poder público e a iniciativa privada podem apoiar mais a cultura na capital? 

 

 

Através da ampliação das políticas públicas voltadas para a cultura, ampliando sua rede de pontos de cultura, realizando mais cursos, oficinas e encontros onde todo o nosso povo (independente de cor, credo, idade, poder aquisição, classe social) possa participar, colaborar, aprender, fazendo parte do cotidiano da nossa cultura. Através de editais e leis de incentivo que viabilizem essa parceria entre a iniciativa privada e o artista e produtor independente, melhorando a contrapartida dos incentivos fiscais ao apoiador cultural. E juntos, poder público e iniciativa privada podem estender nosso calendário cultural anual, tornando-o mais completo, itinerante, abrangendo mais municípios, unindo o Piauí através da nossa arte e incentivando o turismo cultural.

 

 

Hoje já é possível sobreviver fazendo cultura em Teresina?

 

 

Em vários segmentos é possível viver fazendo cultura, sim. Em outros, diria que se consegue, com muito custo, sobreviver. Mas o que define isso é como você vê sua arte. Todos os dias, mais artistas e produtores culturais buscam a capacitação como caminho para conseguirem ter um melhor retorno financeiro através de sua arte.  Alguns segmentos já estão colhendo os frutos desse expertise, onde a arte é vista como um produto rentável, não só pelo seu valor em si, mas porque pode dar um retorno e maior visibilidade através da exposição de uma marca, empresa ou produto associados a ela, sendo visualizada por seu público. Em outros segmentos, como a música, o chamado “músico da noite” que vive de apresentações em bares e restaurantes, precisa fazer parte de uma entidade legitimada que o represente, defenda os seus direitos, e o capacite para pensar e agir como um profissional. Isso serve para todos os segmentos como a dança, artes plásticas, teatro, fotografia, cinema, enfim, para todos. O futuro da nossa é coletivo, profissional, multiplicador, capacitado e mais acessível a todos.

 

 

O publico de Teresina costuma apreciar e/ou apoiar a cultura local?

 

 

Se ela for bem feita, acessível, de boa qualidade, com certeza. Hoje no Piauí, vemos cada vez mais uma interação entre quem faz cultura e seu público.  Claro que esse é um processo de formação de plateia, e formação dos responsáveis por nossa cultura. Se eu apresento um bom produto- nesse caso, cultura- mas com uma “embalagem” de má qualidade, eu não posso querer que as pessoas “apreciem” esse produto. Por outro lado, temos que mudar esse nosso modo de ver a cultura local, traduzida em expressões, como “santo de casa não milagre”,  “é tão bom que nem parece que é daqui” ou ainda pior: não vi e não gostei. Isso é preconceito, enquanto a cultura é conceito. Precisamos conhecer mais do que é feito aqui, para retirarmos o “pré” e ficarmos somente com o nosso conceito, nossa opinião a respeito da nossa cultura.

 

 

Qual é a proposta da sua coluna no Acesse? 

 

 

A proposta é ser uma estação onde vamos embarcar rumo há vários canais pelo mundo cultural (principalmente da cultura pop) e da cultura local, do nosso quintal que está repleto de riquezas, tesouros prontos para serem descobertos. Por aqui, nós vamos com esse canal aberto para receber indicações dessas pérolas daqui, temas que nosso público quer ver publicado, e compartilhar com mais pessoas. Nossa página será construída com a colaboração de todos que tiverem ideias e temas dentro da nossa proposta. Sempre teremos novidades, muito conteúdo exclusivo,  vídeos para quem gosta de visualizar o que está lendo, “easter eggs” e “ spoilers” para quem gosta de saber de novidades quentinhas e os finais e continuações de filmes, séries televisivas, curiosidades, shows,  , promoções para galera que acompanhar o blog e um olhar de um fã apaixonado pela arte(eu), somados com olhares de  todos que quiserem fazer parte dessa ideia. Lá, vai se encontrar de tudo, como em uma seção de achados e perdidos. Só que na minha seção: Machados e Perdidos.

 

 

Como pretende trabalhar a interação da coluna com grupos de cultura?

 

 

 

Não quero só trabalhar com os grupos de cultura. Mais vejo que a melhor de interagir com eles é participar das suas discussões, divulgar seus projetos, encontros e eventos, dando visibilidade para esses coletivos independentes que conseguem fazer muito com pouco, por nossa cultura.  Através dos meus canais (email e facebook) quero receber agenda de eventos individuais e coletivos, novos trabalhos, projetos, indicações sejam de artistas, produtores, grupos de cultura (fazendo parte deles) ou qualquer um que conheça e goste de um trabalho ou artista e quer vê-lo divulgado e ouvir falar sobre isso, compartilhado e conhecido por mais pessoas. Não quero só falar, até porque não existe conceito exato quando se fala de cultura, arte. Quero conhecer olhares diferentes do meu, sobre o tema que eu tiver escrito e até mesmo antes de escrever.  As opiniões mais legais e que acrescentem ao conteúdo serão publicadas com seus devidos créditos, como colaboradores.

 

Acesse Piauí

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