A presidenta Dilma Rousseff deu posse aos novos ministros e aos que já fazem parte do governo e foram deslocados, como Aloízio Mercante - a quem faz questão de chamar de amigo -, da Casa Civil para a Educação. A reforma administrativa abre mais espaço ao PMDB e foca no "reequilíbrio político" da aliança com o partido do vice-presidente Michel Temer.
Na recepção à equipe, Dilma fez um discurso sem pontos fora da curva, quase técnico. Para cada um, o objetivo a ser alcançado. O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) é o Ministro da Saúde. A presidenta pediu empenho no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), na continuidade do Mais Médicos e na execução de uma promessa de campanha: o Mais Especialidades. Não tocou em CPMF. Nem ele, que após a cerimônia foi o mais "marcado" pela imprensa.
A todos, a presidenta pediu que participem da articulação com os deputados e senadores. A ordem é tirar do Congresso Nacional o fantasma do impeachment. Por isso, mais espaço ao PMDB e a outros partidos da base. O PDT ganhou o Ministério das Comunicações. O deputado André Figueiredo (PDT-CE) é o empossado. Dilma parece ter aprendido que sem ceder não iria muito longe.
Agora, mesmo a iminência da condenação das "pedaladas fiscais" pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o horizonte se alarga e 2018 é quase uma realidade. Entre os governistas, se Dilma não cair em 2015, há grande chance da gestão deslanchar. Confiante na sobrevivência política, a presidenta disse ao final do discurso que todos os que assinaram o termo de posse deverão despachar com ela até 2018.
PS: Coube ao governador do Piauí, Wellington Dias (PT), defender a CPMF. E a redução dos juros, para que o Brasil volte a crescer e o governo possa tocar os projetos de infraestrutura e programas sociais. O Ministro da Saúde, Marcelo Castro, preferiu não conceder entrevista.
Mauro Sampaio
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