Não importa se houve ou não crime de responsabilidade nas pedaladas fiscais e não importa se ela não tem contas na Suíça, não oculta patrimônio e não faz barganha com a República para obter benefícios privados. O que importa para o vice-presidente Michel Temer (PMDB) é que ele pode tomar o lugar da presidenta Dilma Rousseff com um pouquinho de esforço.
O PMDB será o fiel da balança na análise do pedido de abertura do processo de impeachment, deflagrado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com a decisão de última hora do PT de dar-lhe as costas no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. O Presidente da Câmara dos Deputados agiu por vingança depois de meses chantageando o frágil governo petista.
A oposição acena para o vice-presidente e o vice-presidente já conversa com suas lideranças. Antes mesmo do anúncio de que o impeachment seria analisado e votado, Michel Temer esteve com lideranças do PSDB, DEM e PPS. As paredes ouviram que o peemedebista nada fará, abertamente, para derrubar a "companheira" de chapa, mas se coloca como uma opção para "a unificação do País".
Sem popularidade, com uma baita crise econômica e refém de deputados aliados matreiros, Dilma deve entender que o inimigo mora ao lado do Palácio da Alvorada, no Palácio Jaburu. E que o PMDB é um partido temeroso.
Mauro Sampaio
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