Um partido que combateu a ditadura implantada em 1964, ajudou na redemocratização do país, ingressou no governo federal a partir de 1985 e que possui tentáculos na estrutura do Estado Brasileiro ingressa agora no seu estágio terminal.

O vice-presidente da república, Michel Temer em conluio com o ainda presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, aceleram a corrida do PMDB rumo ao precipício, exatamente porque tramam contra a democracia que o partido ajudou a construir no passado.

Nesses 50 anos de existência o PMDB do saudoso deputado Ulisses Guimaraes, fundador do partido, de 1985 pra cá já ocupou a presidencia na condição de vice e virou presidente em duas oportunidades, em 1985; com José Sarney e, em 1992, após o afastamento de Fernando Collor.

Temer agora tenta novamente alcançar os feitos de Sarney e Itamar Franco, ou seja, chegar também a presidencia da república. Só que dessa vez tramando uma conspiração para ocupar o lugar da presidente Dilma Rousseff (PT).

O PMDB foi formado por lideranças políticas que inscreveram suas marcas na história do país: Ulisses Guimaraes, Franco Montoro, Tancredo Neves e Mário Covas além de terem sido bons opositores à ditadura e ajudado a elaborar a Constituição Cidadã de 1988, assumiam uma linha programática guiada por justiça social e comprometida com causas populares.

Em 1988 o PMDB incia sua fase de declínio, quando o ex-governador Mario Covas sai do partido e cria o PSDB como alternativa a crescente tendência de acomodação e conservadorismo dos controladores daquele partido.

Um ano depois o PMDB dá um golpe em Ulisses Guimarães, presidente nacional, abandonando-o a própria sorte nas eleições presidenciais diretas de 1989 para abraçar a candidatura vencedora de Fernando Collor. Com o afastamento de Collor em 1991, o PMDB ocupa a presidência com Itamar Franco e logo depois dá um balão em Itamar e abraça a candidatura vencedora do PSDB de Fernando Henrique Cardoso em 1994.

Com desgaste no segundo mandato de Fernando Henrique, em 2001, o PMDB abandona os tucanos e passar abraçar a candidatura vencedora de Lula (PT) em 2002 e 2006.

A partir de 2010, o PMDB retoma a vaga de vice na chapa petista de Dilma Rousseff e agora em 2016, com a presidente em apuros e dificuldades, decide abandoná-la para tentar carreira solo, procurando se abraçar com o DEM (ex-PFL), PSDB, PP e PR, numa aliança golpista e conservadora para afastar os petistas da presidência.

Uma coisa é certa em 50 anos de vida, o PMDB ocupou a presidência da república em apenas duas oportunidades após 1985, portanto durante sete anos. Na verdade está então com 31 anos depedurado em cargos do governo federal, sem falar do seu entranhamento nas maquinas estaduais e municipais de todo país.

A postura cada vez mais conservadora e desesperada do partido para se manter no poder se explica pela falta de perspectiva de renovação e manutenção na máquina pública via eleitoral, mesmo usando um sistema eleitoral viciado e por demais desgastado.

O PMDB hoje não tem projeto para o país, que não seja tirar direitos das camadas mais pobres, promover arrocho salarial e apoiar pleitos conservadores. Nem mesmo uma ampla reforma política para oxigenar a democracia representativa no país o PMDB tem compromissos. Com rarissímas excessões, só algumas lideranças escapam. A maioria dos políticos do partido encontra-se hoje distanciada das ruas e das organizações civis populares e sindicais.

A verdade é que dessa vez o PMDB dá passos no escuro para tentar se manter no poder. Desta vez não está se aliando com a bola da vez carregada de esperança, pois na atual conjuntura nenhuma liderança e ou qualquer partido possui expressivo apoio popular.  A maioria dos peemedebistas é cada vez mais vista pela opinião pública como lagarta do Estado Brasileiro, logo ao lançar mão de um golpe contra Dilma tenta a todo custo brecar seu caminhão velho decendo sem freio ladeira abaixo!