É um número altíssimo para a média brasileira. O que está acontecendo com nossa cidade?
Durkheim, o sociólogo francês, fundador das Ciências Sociais, afirma que todas as sociedades praticam o suicídio. Porém, em determinadas épocas os índices do que ele chama de “correntes suicidogêneas” crescem exponencialmente. Durkheim, que estudou o fato na sociedade industrializada em ascensão, no início do século XX, demonstra, empiricamente, o diagnóstico que Hegel havia feito antes: quando o indivíduo não se sente representado, inserido; quando ele não se reconhece na maneira como a sociedade organiza suas relações de afeto, de poder, de cuidado, de trabalho; quando não há compartilhamento das regras e das jurisprudências, em fim. Quando essas instituições não correspondem aos desejos e anseios do sujeito, ele entra num estado de melancolia, depressão que pode, inclusive, chegar ao suicídio. Freud, também, diz que uma das causas do sofrimento humano é nosso contexto social. Mesmo que as questões individuais sejam insondáveis, há algo no social que atrai o indivíduo para esta “porta de saída” como disse o poeta piauiense, Torquato Neto.
Em Teresina, há um grupo de pessoas e entidades interessadas e empenhadas em discutir e estudar o suicídio. Na semana passada participei de uma debate riquíssimo sobre o tema com representantes de diversas áreas de estudo: sociólogia, psicanálise, arquitetura e psicólogia e educação.
O evento, muito bem organizado, foi uma iniciativa da equipe da biblioteca do IFPI, Campus Teresina Central, tendo à frente minha amiga, querida, Márcia Pereira.
Marcita, muito obrigado pelo convite!
Devo ter ensinado alguma coisa, mas eu aprendi muito!
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Sádia Castro é jornalista e professora do IFPI, nas redes sociais.
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