Facebook
  RSS
  Whatsapp
Domingo, 20 de abril de 2025
Colunas /

Cultura

Cultura

cantidiosfilho@gmail.com

24/02/2023 - 10h18

Compartilhe

Cultura

cantidiosfilho@gmail.com

24/02/2023 - 10h18

POR UM PUNHADO DE LEITORES

 

 

Meus amigos, quando escrevi o romance “Tragam-me um espadachim!” (Nova Aliança, 2018), tive a oportunidade de mergulhar na realeza inglesa, nos tempos da Dinastia Tudor. Percebi que sempre foi controverso o bastidor da realeza. 

Nos tempos atuais, o mundo acaba de conhecer as memórias do príncipe Harry, filho mais novo de Charles III. Lançado em 10 de janeiro de 2023, em 16 idiomas, o livro chegou ao Brasil com o título “O que sobra” (Spare, em Inglês). Com 507 páginas, é um verdadeiro furacão e bateu recorde de vendas (mais de 450 mil cópias no primeiro dia). 

O príncipe tem uma forma de escrever muito agradável e desnuda sua vida e a de sua família sem poupar nomes e situações. A narrativa é tão envolvente que o leitor é capaz de se imaginar amigo de Harry, pela sinceridade de suas confidências e pela forma descontraída, às vezes séria e dura, de seu estilo literário. 

O livro expõe a crueldade da vida real em um mundo de formalidades. O que chama a atenção, no entanto, é algo que, nos dias atuais, tem se tornado um tormento: a ousadia da imprensa na invasão da privacidade e em suas artimanhas para criar boatos com o intuito de aumentar tiragens (tudo por um punhado de leitores). 

Os tabloides ingleses são donos disso. Harry, a vida inteira, foi vítima. Uma lástima que o afastou dos holofotes, por responsabilizar a imprensa pela morte de sua mãe e tendo que justificar mentiras escritas a seu respeito e de sua esposa, Meghan Markle. 

O príncipe não teve escolha, a não ser renunciar aos seus cargos na realeza, se quisesse ter uma vida saudável e ver sua família crescer em paz. 

A escória do jornalismo sensacionalista se esgueirava por onde quer que o casal andasse. Se a alça do sutiã de Meg aparecia, diziam que ela não tinha classe; se pintava as unhas de preto, era gótica; se fechava a porta do carro, era arrogante. Não havia sossego. O Daily Mail chegou a dizer que ela subiu na vida porque passou de escrava à realeza em apenas 150 anos. Chamavam-na interesseira, prostituta, cadela, vadia. Quanta maldade! 

O livro está disponível nas livrarias Nova Aliança e Entrelivros, à ave. Dom Severino, 1045. Vale a pena. Boa leitura!

*****
Eneas Barros, escritor piauiense - nas redes sociais. 

Comentários