A decisão do Campeonato Piauiense sai nesta segunda-feira (27). No tapetão, é verdade. Mas, sai. Jogadores e dirigentes do River-PI e Parnahyba deixam os gramados e invadem o Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí (TJD-PI), entidade que vai definir quem levanta a taça. Tudo isso acontece uma semana após o Tubarão empatar com o Galo em 2 a 2, no estádio Lindolfo Monteiro, em Teresina, e conquistar o título em campo.
No primeiro jogo da final, o time do litoral venceu por 1 a 0, e com o empate na segunda partida, o Parnahyba tornou-se campeão Piauiense, no caso bicampeão. Os jogadores levantaram o troféu e o presidente do clube, José Lima, recebeu a premiação simbólica pelo título e o elenco já se preparava para o início da Série D. Entretanto, tudo isso mudou com uma ação impetrada na Justiça Desportiva pelo River-PI.
Em processo, o julgamento do efeito suspensivo concedido ao zagueiro Eridon, do Parnahyba. Para a diretoria tricolor, o jogador entrou em campo de forma irregular, tendo em vista que o julgamento do mérito não havia ocorrido. Eridon foi penalizado com cinco jogos de suspensão, após se envolver em uma briga dentro de campo. O atleta não atuou na primeira partida da final, por conta desta decisão.
Só que a diretoria do Tubarão recorreu e pediu o efeito suspensivo da decisão. Efeito concedido, Eridon foi liberado para jogar a segunda, e decisiva, partida da grande final do Campeonato Piauiense. Diante deste imbróglio, a corte do TJD-PI se reúne na noite desta segunda-feira para decidir quem é de fato e direito o campão piauiense da temporada 2013.
Entenda o caso
A decisão tomada pelo tribunal pode causar uma reviravolta na competição, conquistada pelo Tubarão nos gramados, no ano do centenário do clube azulino. Toda a confusão a cerca do caso começou quando o zagueiro foi expulso pelo árbitro Leonardo Marques Fortes, na 14ª rodada da fase classificatória, por atingir de forma dolosa com uma cotovelada um jogador adversário, como consta na súmula da partida.
Classificado as semifinais da competição, o Parnahyba perderia o direito de escalar o jogador, suspenso pelo cartão vermelho e pelo gancho de cinco partidas pela conduta indisciplinar que ocasionou a expulsão. Com os dois pés na final o campeonato, o clube entrou com pedido de efeito suspensivo para que Eridon pudesse atuar na decisão, acatado de imediato pelo TJD-PI.
Foi então que o River-PI entrou com uma reconsideração do despacho que concedia a permissão de jogo, alegando irregularidade na escalação do jogador. A atitude provocou a ira da diretoria azulina, depois da conquista do título estadual.
- A suprema corte deveria extinguir o processo, por que não há mais objeto. Este julgamento representa a autonomia e credibilidade do futebol piauiense, recuperados a todo custo pela Federação de Futebol. Confiamos plenamente no tribunal e que a decisão correta será tomada – defendeu Miguel Bezerra, advogado e membro do conselho deliberativo do Parnahyba.
O presidente do River-PI, Eliseu Aguiar, não foi encontrado para falar sobre o assunto. Mas, o setor jurídico do River-PI alega que o efeito suspensivo do jogador do Parnahyba deveria ter passado pelo crivo do conselho disciplinar e não pelo tribunal.
O julgamento
As 19h, o presidente do TJD-PI, José do Egito, dá por iniciados os trabalhos da casa, com presença dos representantes do Parnahyba, River-PI e Federação de Futebol do Piauí (FFP).
Acompanhado do relator Everanes Alves Silva, o presidente abre a seção da única pauta de julgamento do expediente, com previsão de 1h30min à 2 horas de duração.
- Só não julgaremos se houver algum tipo de imprevisto de grandes proporções que nos obrigue a adiar. Caso contrário, a decisão sai ainda na noite desta segunda-feira (27) – explicou José do Egito.
Conforme previsto, depois de aberta a seção, o procurador Raimundo Miranda dá o parecer da causa antes do início das ações do relator Everanes Nunes. Os advogados de defesa terão 10min de explanações sobre a pauta e, então, começa o processo de votos dos membros do tribunal.
Terão direito a voto os auditores Raimundo Batista Filho, Everanes Nunes, Hugo Cardoso, Lucídio Ferreira, Gilson Gil, Felipe Roney, Antônio Wilson e Ricardo Cury. Computados os votos do julgamento, o presidente do TJD-PI, José do Egito, faz o pronunciamento da decisão.
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