Luiz Felipe Scolari fez uma aposta arriscada às vésperas da Copa das Confederações. Deixou de fora os dois últimos camisas 10 da seleção brasileira em Copas para entregar a um garoto de 21 anos a responsabilidade de carregar o número mais emblemático da história da seleção nacional. Caberá a Oscar essa honra. Ele será o mais jovem camisa 10 da seleção desde Pelé numa competição oficial da Fifa.

Por uma coincidência, Pelé foi o camisa 10 da seleção em 1958, com 17 anos. Na época, a escolha do número era feita por ordem alfabética. O número deu sorte ao então prodígio, que usou o número até 1970, ano da sua última participação em Copas.

“Mesmo jogando com esse número, eu não tenho a real dimensão do que é ser o camisa 10 da Seleção. É um orgulho muito grande estar atuando pelo Brasil independente da camisa. Espero seguir fazendo o meu trabalho para poder estar representando o país da melhor maneira possível”, disse Oscar, em entrevista ao jornal “Lance” em setembro de 2012. No Chelsea ele é o camisa 11, número deixado vago por Didier Drogba, um dos maiores ídolos do clube.

Todos os camisas 10 que vieram depois de Pelé chegaram às Copas do Mundo mais experientes do que Oscar. Aposta de Felipão em detrimento a Kaká e Ronaldinho , o meia do Chelsea terá 22 anos na Copa do ano que vem. Completará 23 em setembro de 2014.

Depois de Pelé vieram Rivellino (que tinha 28 anos em 1974 e 32 em 1978), Zico (1982, 29 em 1982 e 33 em 1986), Silas (24 em 1990), Raí (29 em 1994), Rivaldo (26 em 1998 e 30 em 2002), Ronaldinho (26 em 2006) e Kaká (28 em 2010). Agora, um ano antes da Copa, é de Oscar esta missão num evento oficial da Fifa, ainda que não esteja certo que ele seja o 10 em 2014.

A Copa das Confederações, como uma prévia da Copa do Mundo, é relativamente nova. Tem 20 anos. E como evento teste, tem como característica reunir nas suas seleções a base do elenco que no ano seguinte representa seu país. O camisa 10 mais jovem que já defendeu a seleção neste torneio foi Alex, em 1999, quando tinha 22 anos. Na ocasião o torneio ainda não era um evento teste. Passou a ser de fato em 2001, antes do Mundial do Japão e da Coreia do Sul.

No primeiro dia de treinos para o torneio de 2013, Felipão e Oscar conversaram por alguns minutos. Nenhum outro atleta, ao menos para os olhos dos fotógrafos e repórteres, teve tanta atenção do técnico como o camisa 10.