O Maracanã estava lotado. Colorido com suas novas cadeiras e com um público esperançoso de ver os grandes jogos que a seleção brasileira se acostumou a fazer no mais emblemático palco do futebol brasileiro, fechado desde 2010. Mas o estádio que custou R$ 1,2 bilhão, ainda não está pronto. Assim como o time de Luiz Felipe Scolari. Contra a Inglaterra, o Brasil não foi além do empate por 2 a 2 e o técnico foi vaiado por seu torcedor de novo, como em Belo Horizonte contra o Chile, em abril, duelo que acabou em 2 a 2.
A torcida, ainda desacostumada com as modernidades do novo estádio com seus telões de LED, vibrou mais ao se ver gigante diante de seus olhos do que com os lances do time de Felipão. Nem mesmo o jogo ruim dos ingleses, que fizeram muito pouco no primeiro tempo e proporcionaram aos brasileiros as melhores chances, empolgou.
No segundo tempo, o gol de Fred que abriu o placar aos 12 minutos criou uma falsa esperança. Os rostos dos torcedores nos telões mostravam essa expectativa, mas a Inglaterra acordou. Virou com gols de Chamberlain e Rooney aos 22 e 33, mas Paulinho, aos 37, definiu o placar e aliviou para Felipão.
O resultado não é bom. Mantém o jejum brasileiro contra seleções campeãs do mundo (já são seis jogos sem vencer) e, pior, deixa claro que falta muito para o time estar bem na estreia da Copa das Confederações, dia 15, contra o Japão, em Brasília. Dia 9, em Porto Alegre, a seleção tem mais um teste, desta vez contra a França.
A escalação de Felipão surpreendeu. Ele prometeu na véspera e envelheceu o time titular da seleção. Deu a Filipe Luís (27 anos) e Luiz Gustavo (25) as vagas que nos treinos abertos à imprensa foram de Marcelo (24) e Fernando (21). Os dois que saíram são mais jovens que os dois que entraram. Outra mudança foi a entrada de Hulk (26) no lugar de Lucas (20), mas esta era prevista.
Assim, com um time mais experiente, o Brasil foi melhor que os ingleses ao longo de quase todo o primeiro tempo. Com Neymar usando a camisa 10 e jogando mais centralizado, o Brasil teve 20 finalizações e obrigou Hart a fazer oito defesas. A Inglaterra chegou uma vez apenas, com Walcott, e Julio Cesar trabalhou bem.
No intervalo, imagens do lendário Canal 100 nos gigantes telões recém-instalados mostraram lances históricos de Pelé no Maracanã. Eles poderiam servir de inspiração para os jogadores brasileiros, mas quem voltou melhor foi a Inglaterra.
A torcida brasileira, inspirada pelo grito criado para Fred pelos torcedores do Fluminense, cantou “O Fred vai pegar” aos 12 minutos. Ele se aproveitou de chute de Hernanes, que entrara no lugar de Luiz Gustavo e acertou a trave. No rebote, Fred marcou. A Inglaterra, insossa até ali, apertou um pouco o jogo e buscou o empate com um jogador que veio do banco: Chamberlain.
Enquanto isso, Felipão causava furor nas arquibancadas por bancar Hulk e manter Lucas no banco. Piorou quando quem saiu para a entrada do meia-atacante do PSG foi Oscar. O gol de Rooney, aos 33, tornaram as vaias ainda maiores. Sorte de Felipão que Paulinho, aos 37, tratou de empatar novamente.
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