Opinião

Quando escuto a palavra atual nem sempre a retrato no literal, o atual de hoje na verdade é o que se fazia antes, o que a seleção espanhola faz hoje, é o que a nossa seleção o fez bem antes, lá trás, mas porque então atual?

Justamente por isso, é o que todos querem seguir, não só porque ganha títulos, mas porque é bem jogado, reverenciam os bons jogadores, a classe do toque na bola, a categoria na hora de um cruzamento, a postura tática dentro de campo, e a sempre necessária criatividade (qualidade que antes nos pertencia), é a bola pedindo clemência, mas muitos não querem enxergar, colocam o resultado na frente de tudo, se esquecendo de que um jogo bem jogado, consequentemente será bonito e por fim trará resultado, e o principal deles, o reconhecimento daqueles que os sustenta, seus torcedores.

Nosso futebol, eu diria, não é atual dentro deste contexto, nem atrasado, ele é estagnado, são raros os momentos de emoção, e olhos pregados em campo (salvo os últimos jogos do Atlético mineiro na Libertadores), a qualidade é pífia, os esforços pelo diferente são da boca pra fora de quem os organiza (presidentes de clubes, técnicos e CBF), e o paladar fica cada vez mais seco.

O estereótipo, “país do futebol” não retrata o que somos, mas o que fomos não nos representa nem dentro, nem fora de campo. Não merecemos ser apenas isso, como também não merecemos perder isso. É o velho ditado, a faca de dois gumes, o 8 e o 80, mas as vezes nesse nosso país, o que vale é só o final, e o atual fica para aqueles que querem dizer quem somos. Nosso futebol hoje em dia nem nosso é mais.