Familiares, amigos, conhecidos e admiradores do ex-jogador de futebol e bicampeão mundial Djalma Santos se despediram dele com homenagens em Uberaba, cidade que o ex-jogador morava havia 33 anos. Apesar disso, nenhum dirigente do Palmeiras, seu ex-time, ou da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) compareceu à cidade para o velório ou o enterro, realizado no fim da tarde desta quarta-feira.
Mais cedo, coroas de flores decoraram a Câmara Municipal, onde o corpo foi velado. Orações, mensagens de agradecimento e aplausos foram os manifestos de carinho de quem deu o último adeus ao ídolo do futebol brasileiro.
Mais de mil pessoas foram ao velório e acompanharam o cortejo feito pelo Corpo de Bombeiros. Ao lado dos filhos do primeiro casamento e de Laura Santos, filha do ex-jogador, a atual mulher dele, Esmeralda Santos, chorou em alguns momentos, recebeu o apoio de quem passou pelo local e preferiu não falar com a imprensa.
A bandeira do Palmeiras, time em que Djalma jogou, estava sobre o caixão do ex-jogador no momento do enterro. O clube e a CBF enviaram coroas de flores, assim como a presidente Dilma Rousseff. Em nota à imprensa a presidente lamentou a morte do bicampeão e disse que o futebol está em luto.“Eu o vi pela última vez em Uberaba. Foi emocionante vê-lo na cerimônia (de abertura da ExpoZebu) abraçando Pelé".
Djalma Santos, ex-lateral direito, morreu na noite de ontem aos 84 anos depois de ter passado três semanas internado com complicações pulmonares. O jogador descobriu uma pneumonia aguda no dia 30 de junho, no dia da final do Brasil na Copa das Confederações. Segundo o médico e amigo de Djalma, Odo Adão, ele se sentiu mal e teve queda de pressão.
"Ele não sabia que estava com pneumonia. Nesta idade, os sintomas só aparecem quando o estado já está avançado. Ele tinha uma saúde de ferro", diz Adão. O ex-jogador foi internado no dia seguinte e não saiu mais. "Foi um grande brasileiro e digno de respeito. Uma das características mais marcantes dele era a ética, tanto que nunca foi expulso de um jogo",completa.
Histórico
Djalma Santos disputou quatro copas do Mundo: 1954, 1958, 1962 e 1966. Bicampeão do mundo em 58/62, ele disputou só um jogo na Copa do Mundo da Suécia, na final contra os donos da casa, substituindo o contundido De Sordi, o que bastou para lhe valer a escolha de melhor lateral-direito daquele Mundial. O ex-jogador foi um dos recordistas em jogos com a camisa do Brasil. Foram 114, com 81 vitórias, 16 empates e 17 derrotas. Marcou três gols.
Em 1963, foi o único jogador brasileiro a fazer parte da Seleção da Fifa que enfrentou a Inglaterra, em um amistoso, em Wembley.
No início da década de 90, Djalma Santos escolheu Uberaba para residir. Ele deixa a mulher, Esmeralda dos Santos, com quem era casado desde 2006, e a filha Laura, além dos enteados Fábio e Luiz. O prefeito Paulo Piau decretou luto oficial de três dias pelo falecimento do bicampeão mundial.
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