O grupo de cinco torcedores corintianos presos na Bolívia ainda não tem data para ser liberado. A despeito de a defesa ter dito ao jornal “Folha de S.Paulo” nesta terça-feira que a soltura deles é iminente, autoridades bolivianas têm uma versão bem diferente.
O promotor da cidade de Oruro, Rubén Arciénega, identificou o menor de 17 anos, de inicial H., como o culpado pela morte de Kevin Espada. O adolescente está no Brasil e procurou a Justiça para assumir a autoria do disparo.
“Há provas contra ele. Existem perícias realizadas em que evidenciam sua participação. Não existe dúvida de que ele é a pessoa que disparou o sinalizador causador da morte do menor Kevin”, declarou Arciénega.
“O trâmite legal ainda está em processo porque a família de Kevin apelou contra a solicitação de liberdade”, disse uma fonte não identificada à agência de notícias “AFP”. Ainda de acordo com a fonte ouvida pela agência, a previsão da Justiça boliviana é que os torcedores corintianos sejam liberados em cinco ou dez dias. Essa informação, contudo, ainda não foi confirmada oficialmente.
Na última quarta-feira, o advogado da Gaviões da Fiel, Davi Gebera, chegou a anunciar a liberação dos torcedores. “Eles retornam ao Brasil como livres, inocentes”, disse o jurista ao UOL Esporte. O otimismo dele estava alicerçado em um relatório conclusivo emitido na manhã de quarta-feira pela Justiça boliviana.
O documento reconheceu uma doação de US$ 55 mil feita pelo Corinthians à família de Kevin Espada. Dois dias depois, porém, Ramiro Alejandro Rocha, advogado boliviano que também representa a Gaviões da Fiel, disse que a liberação ainda não havia sido feita.
Segundo ele, a demora era justificada por um erro de digitação em um dos processos e por problemas na entrega dos documentos. Espada tinha 14 anos e foi morto após ter sido atingido no rosto por um sinalizador lançado da arquibancada em que estavam os torcedores do Corinthians no empate por 1 a 1 contra o San José, válido pela fase de grupos da Copa Libertadores deste ano.
Em fevereiro, logo depois do jogo, 12 torcedores corintianos foram presos em Oruro, cidade que fica a 240 quilômetros de La Paz, por causa do incidente. Sete deles, porém, foram liberados no início de junho. Também em junho, um juiz boliviano informou a inclusão de um jovem brasileiro de 17 anos, residente em São Paulo, no processo contra vários torcedores do Corinthians, investigados pela morte em fevereiro de Kevin.
O jovem, identificado como H.A.M., se entregou às autoridades policiais brasileiras poucos dias após o acontecimento trágico, confessando ser o responsável por acender o sinalizador que matou o boliviano de 14 anos.
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