Na tarde desta terça-feira (14), a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (ADUFPI), realizou mais uma assembleia para discutir sobre os encaminhamentos da greve da categoria.
Dentre os principais pontos debatidos pelos docentes esteve o corte do ponto dos professores que aderiram à paralisação. A Assessoria Jurídica da ADUFPI participou da reunião com o intuito de prestar esclarecimentos sobre o tema. Segundo o advogado Igor Maciel, o corte do ponto por parte da administração superior da Universidade Federal do Piauí não se sustenta legalmente.
“Não existe legislação específica que contemple a greve no serviço público. A greve no funcionalismo é tratada de maneira análoga com a do serviço privado. O corte de ponto por parte do reitor da UFPI, não se sustenta, pois é uma questão política e não jurídica. A greve não foi judicializada, o corte do ponto é uma medida excessiva e autoritária”, destacou a advogado Igor Maciel.
Segundo o presidente da ADUFPI, Mário Ângelo, a atitude do reitor Luiz de Sousa Santos Júnior é unilateral, pois tenta obrigar a retomada das atividades com o intuito de viabilizar as eleições para a reitoria.
“Com a finalidade pressionar os docentes, o governo federal e o reitor da UFPI vêm assediando os professores, ameaçando-os com o corte de ponto. No entanto, a preocupação não é com a relevante normalização das atividades, mas sim, com o único objetivo de viabilizar as eleições para a reitoria da universidade, a fim de influenciar no seu resultado. A escolha de alinhar-se ao MEC e punir os docentes diferencia-se de outros reitores do Brasil, como os da UNB, UFCG e UFRRJ, que vêm se manifestando contra o corte de ponto dos professores.”, destacou o presidente da ADUFPI.
O coordenador do curso de agronomia, Arnauld Azevedo afirmou que não se submeterá a nenhum ofício do MEC e nem da administração da UFPI.
“Não prestarei informações sobre os professores do meu departamento que não retornarem às atividades. Se a administração pressionar, entregarei o cargo e sugiro que todos os outros chefes de departamento e coordenadores façam o mesmo. A greve é legítima, não há motivos para corte do ponto dos professores”, afirmou Arnaul Azevedo.
De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Carlos Edilson de Almeida Maneschy, reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), pesar de solicitação feita pelo Ministério da Educação (MEC), a maior parte das universidades e institutos federais ainda não discute o calendário de reposição de aulas.
Na última quinta-feira (9), o MEC encaminhou circular aos reitores reiterando que as negociações com os professores estão encerradas e pedindo envio dos planos de reposição de aulas . De acordo com Meneschy, não há orientação unificada da Andifes sobre como responder à solicitação devido à autonomia universitária.
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