A presidenta Dilma Rousseff fez neste sábado (12) um balanço dos cinco pactos lançados após as manifestações ocorridas em várias cidades do país. Para a presidenta, “o copo está meio cheio, com viés de alta”. Dilma está em Porto Alegre, onde anunciou investimentos em mobilidade urbana.
Melhorias na área são o objetivo de um dos pactos anunciados pelo governo em julho, que também incluem saúde, educação, reforma política e estabilidade econômica. “É importante o fato de que o Brasil é um dos únicos países em que manifestações não foram demonizadas e colocadas como um inimigo público número 1.
Temos escutado e entendido as vozes das ruas e temos avançado. Para nós, há um resultado importante desse processo de pactuação”, disse Dilma. Em relação à mobilidade, a presidenta lembrou a falta de investimentos nas últimas décadas.
“Os pactos representam, mais do que tudo, uma direção. No caso especifico da mobilidade, é o reconhecimento de que nosso país, há 30, 40 anos, não investia em mobilidade de forma adequada, necessária e sistemática.” Ela enfatizou a importância dos investimentos em metrôs como a forma mais eficiente de transporte nos grandes centros. Essa modalidade, segundo a presidenta, foi improvisada na maioria das cidades.
Outro ponto citado por Dilma como um avanço decorrente das manifestações que ocorreram foi a aprovação, em agosto, do projeto de lei que destina os royalties oriundos da exploração do petróleo à educação e à saúde. “Foi uma grande conquista assegurada por esse momento político. Por duas vezes, mandei para o Congresso a destinação dos royalties e não consegui aprovar”, lembrou.
Sobre a saúde, a presidenta agradeceu a aprovação da Medida Provisória (MP) do Programa Mais Médicos pela Câmara, que agora vai à apreciação do Senado. “Agradeço ao Congresso a aprovação da MP, mesmo que não concordemos com tudo, mas com o básico. Queremos que esse processo de entrada dos médicos se acelere e se faça para beneficiar a população que não tem acesso [aos serviços de saúde]", disse.
Em relação à reforma política, a presidenta destacou que a medida depende do Congresso e que é de interesse do país que sejam feitas mudanças no sentido de haver mais transparência. Dilma lembrou as comemorações dos 25 anos da Constituição Federal e disse que, agora, o Brasil é uma democracia experiente que precisa de "ajustamento".
Sobre a estabilidade econômica, a presidenta disse que a inflação está sob controle e que o Brasil tem uma baixa relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB) se comparado a outros países. “Em agosto, [a relação dívida/PIB] estava em 33,4%, uma das menores do mundo. O endividamento é bastante baixo”, informou, citando também a taxa de desemprego verificada no país, cerca de 5,3%, que, segundo ela, é uma “situação confortável”.
No evento do qual Dilma participou na capital gaúcha, também estavam presentes os ministros do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário; e da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas; o governador do estado, Tarso Genro; o presidente da Assembleia Legislativa, Pedro Westphalen (PP); entre outras autoridades.
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