Um mês após o Palmeiras garantir retorno para a elite, a novela sobre o futuro de Gilson Kleina chegou ao fim. Ontem, após mais de sete horas de reunião, o treinador aceitou a renovação de contrato e acertou sua permanência no clube por mais uma temporada – ele será o responsável por comandar a equipe no ano do centenário.
Kleina chegou à Academia de Futebol decidido a recusar a proposta e a anunciar a sua decisão publicamente. O presidente Paulo Nobre foi convencido por seus aliados de que dificilmente o clube conseguiria encontrar bons nomes pelos valores que estavam sendo oferecidos a Kleina e que talvez fosse melhor mantê-lo.
Por isso, o cartola cedeu e fez uma nova proposta. Kleina receberia R$ 210 mil e os valores de bonificação seriam maiores do que os oferecidos inicialmente, o que faria seus rendimentos superarem com sobras os atuais R$ 300 mil por mês. Anteriormente, ele havia recusado uma proposta de R$ 180 mil mensais, mais bonificação, por entender que feria seu orgulho.
Ele acreditava que merecia maior valorização, já que conquistou o objetivo que lhe foi dado pela nova diretoria – o acesso para a Série A – sem sustos e ainda deixou algum legado, como a recuperação de Valdivia, a valorização de vários atletas e a união do elenco, que pediu sua permanência diversas vezes. Apesar de tudo isso, o treinador cobrava ter segurança no trabalho, ou seja, uma alta multa e a garantia de um time competitivo para brigar por títulos e, assim, atingir os objetivos que aumentariam seu salário.
Durante a reunião, Nobre conseguiu convencer o treinador que vai montar um time forte para a próxima temporada, mesmo apostando na política de cortar gastos e oferecendo contrato de produtividade também para os reforços que o clube deseja contratar.
A relação entre o treinador e a diretoria começou a se desgastar quando Nobre disse, logo após a garantia do acesso, que iria chamar Kleina para conversar sobre a renovação e, ao invés disso, mandou o diretor executivo José Carlos Brunoro à Argentina atrás de Marcelo Bielsa. Sem sucesso com o badalado técnico argentino, o presidente mudou de postura e colocou Kleina como prioridade no futebol brasileiro.
O treinador ficou chateado por ter a convicção de que outros profissionais foram procurados e, sem sucesso nas negociações, a diretoria teve de correr atrás dele. Brunoro e o gerente de futebol, Omar Feitosa, defendem sua permanência por causa do bom relacionamento com o grupo e por entenderem que, dentro do que o clube pode pagar, não existem opções muito melhores.
COMEÇA 2014
Com a renovação de Gilson Kleina, a diretoria corre para recuperar o tempo perdido e conseguir o quanto antes anunciar os primeiros reforços. Ontem já foi falado do assunto durante a longa reunião e a tendência é que nos próximos dias o clube já consiga acertar com os primeiros nomes para o centenário. Paralelamente, precisa definir a situação dos 13 jogadores que tem contrato até dezembro.
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