Quem matou Fernanda Lages? Neste sábado (25) faz um ano que esta indagação até agora sem resposta angustia e martiriza a família da acadêmica de Direito que apareceu morta na obra da futura sede da Procuradoria Geral da República, no Piauí, na avenida João XXIII, bairro dos Noivos. A família se recusa a acreditar nas hipóteses de suicídio ou acidente.
Um ano depois, eis 10 tópicos intrigantes sobre o episódio, recolhidos da crônica policial:
1. O afastamento do delegado Mamede Rodrigues do caso, dez dias depois, alegando falta de estrutura na delegacia do 5º DP para fazer a investigação. O pedido de afastamento surpreendeu por se tratar de um policial experiente, que passou dez anos como delegado de Homicídios e foi delegado geral.
2. O caso foi para a Comissão de Investigação do Crime Organizado (Cico), sendo entregue a oito delegados. Mesmo assim, até agora não foi desvendado.
3 . Os laudos de exame de local de crime e de corpo de delito cadavérico passaram um mês para sair. Comumente, levam oito dias.
4. Houve duas reconstituições, e sem testemunhas oculares e sem acusados para dizer como o fato teria acontecido.
5. Os exames suplementares (DNA e toxicológico) foram encaminhados para o Departamento de Polícia Técnica da Paraíba, em duas etapas, porque o Instituto de Criminalística do Piauí não dispunha de equipamentos para a realização desses exames.
6. A entrada do governador do Estado no caso duas vezes, uma quando avisou que não aceitaria a prorrogação do inquérito (mas o prazo de 30 dias acabou sendo prolongado para 60) e a outra quando convocou representantes de instituições ao Palácio de Karnak para discutir o andamento das investigações.
7. Briga acirrada entre Ministério Público e Polícia Civil.
8. Enquanto os promotores e delegados brigavam, o criminoso (se existe) está solto e o vigia da obra (peça-chave no inquérito policial) sem nenhuma proteção, correndo risco de vida, como queima de arquivo.
9. Diante da demora na elucidação do fato, uma central de boatos foi instalada em Teresina, fabricando versões as mais fantasiosas e fantasmagóricas sobre o episódio.
10. Em novembro de 2011, depois de a Polícia Civil comunicar que não havia chegado a conclusão alguma sobre a morte da estudante, a Polícia Federal entrou no caso, mas em completa desvantagem. A cena de Fernanda Lages já havia sido completamente adulterada, com o apagamento de muitas informações preciosas para a investigação.
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