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02/06/2014 - 15h21

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02/06/2014 - 15h21

Marcelo Castro acusa PMDB de destruir sua pré-candidatura a governador

Durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (2), Castro fez desabafo contra o próprio partido e ameaçou romper com o governador Zé Filho.

 Do Liberdade News

Marcelo Castro desiste de pré-candidatura a governador do Piauí (Foto: Gustavo Almeida/Liberdade News)

 Marcelo Castro desiste de pré-candidatura a governador do Piauí (Foto: Gustavo Almeida/Liberdade News)

O deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI) renunciou, na manhã desta segunda-feira (2), sua pré-candidatura a governador do Piauí. O parlamentar sinalizou que vai disputar a reeleição de deputado federal. Com a desistência, o governador Zé Filho (PMDB) passa a ser pré-candidato a reeleição.

A meta do governador é montar a chapa majoritária tendo algum nome do PSDB para vice e o ex-governador Wilson Martins (PSB) como candidato ao Senado Federal.

Durante o discurso de renúncia, Marcelo Castro demonstrou está chateado com o governador. Segundo ele, Zé Filho e outros companheiros de partido foram responsáveis por um processo de desconstrução de sua pré-candidatura.

“Houve um processo continuado de desconstituição e “desacreditação” da nossa pré-candidatura: tornou-se insuportável! Meu partido era o mais destacado neste processo, era dele que vinham os piores ataques”, disse Castro em tom de desabafo e quase chorando.

Confira, na íntegra, o discurso de Marcelo Castro:

 


Tenho o dever de me dirigir ao povo do meu Estado para comunicar a desistência da minha pré-candidatura, dar as razões que me levaram a isso e posicionar-me frente ao quadro político atual.

Há trinta e dois anos entrei na vida pública pelo PMDB, partido do qual hoje sou presidente. Tive três mandatos de deputado estadual e estou no quarto de deputado federal. Das sete eleições que disputei, à exceção da primeira, em todas as seis sempre fui o mais votado do meu partido e em cinco eleições fui o mais votado do Estado. Uma história única na política do Piauí.

Tenho vaidade por isso? Não. Mas fico muito feliz e me sinto reconhecido no meu trabalho ao ver que a imensa maioria dos que me deram seu voto pela primeira vez em 1982 ainda o fazem hoje com um nível crescente de confiança em mim. Tive uma experiência administrativa como presidente do IAPEP, quando fizemos um trabalho em favor do servidor público estadual do qual muito me orgulho. Fui por um breve período secretário de agricultura onde defini as prioridades agrícolas para o nosso Estado. Implantei o programa do caju e ajudei no desenvolvimento dos cerrados, que hoje bate recorde de produção.

Como deputado federal lutei pela divisão equitativa dos royalties do petróleo, luta esta que trará grandes somas de recursos para o nosso Estado para serem aplicados na saúde e na educação dos nossos irmãos.

Essa é uma breve síntese dos meus 64 anos de vida.

Tanto na minha vida pública, quanto na particular sempre agi dentro de princípios éticos, com correção e honradez, com independência e altivez, com transparência, lealdade e respeito às pessoas. Esta é minha marca. Quem age assim, espera que façam o mesmo consigo. Não foi o que aconteceu!

No início de janeiro deste ano, fui convocado por meu partido e convidado por muitos outros, dentre eles o PSB, PSDB, PSD,o PDT, o PCdoB, DEM, PRB e PTC para ser pré-candidato ao governo, tendo Sílvio Mendes como pré-candidato a vice e Wilson Martins como pré-candidato ao Senado. Uma convocação, um convite,irrecusável para quem sempre sonhou e acreditou que ao nosso Piauí está reservado um futuro muito mais promissor. Juntamente com Sílvio Mendes e Wilson Martins abraçamos essa pré-campanha com muita garra, determinação e entusiasmo.

Fizemos o “Ouvindo o Piauí” que chegou a sua décima terceira edição para elaborarmos um plano de governo que realmente pudesse espelhar os anseios da nossa população em toda sua complexidade. Trabalhamos sem parar e tudo fizemos para alcançar nosso objetivo comum.

Se exigiam que cedêssemos o lugar de deputado federal, cedíamos.Para acomodar politicamente partidos aliados, cedemos a Secretaria da qual meu filho Castro Neto era titular.Tenho a consciência de que fizemos o máximo ao nosso alcance.

Sempre com problemas internos, minha pré-candidatura que deveria consolidar-se a cada dia, não avançava. Tudo piorou quando nosso partido chegou ao poder no início de abril. Entrevistas, charges, postagens em redes sociais, adesivos, encontros públicos frequentes com adversários de pessoas mais próximas ao Governo. Enfim, um processo continuado de desconstituição e desacreditação da nossa pré-candidatura: tornou-se insuportável! Meu partido era o mais destacado neste processo, era dele que vinham os piores ataques. Mas a tudo resistíamos e continuávamos o nosso caminho de pé.

Porém, as constantes pressões sobre todos tornaram insustentável a nossa pré-candidatura. Hoje tenho a consciência aguda de que fui injustiçado. Olho minha conduta de toda uma vida e me vem a sensação de que eu não merecia isso, pois nunca joguei sujo com ninguém, nunca fui desleal a ninguém, nem mesmo aos próprios adversários. E mais, não me ofereci, não busquei e até relutei em aceitar essa pré-candidatura.

Continuarei minha luta por um Piauí melhor, na trincheira de deputado federal.

Agradeço a cada um dos que acreditaram em mim e em especial ao Silvio Mendes, esse homem público decente que, em minha solidariedade, não aceitou ser candidato a vice do governador atual. A ele o meu reconhecimento!

Minha decisão é de estar junto com o Silvio Mendes na construção desse Piauí novo em favor do nosso povo, que é o nosso maior compromisso.

Que deus proteja o Piauí e os seus filhos".

 

Do Liberdade News

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