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Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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26/06/2014 - 10h03

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26/06/2014 - 10h03

Membros do PP acusam Ciro Nogueira de ser antidemocrático e tentam anular apoio ao PT

Oito integrantes do Diretório Nacional do partido recorreram à justiça através de uma ação cautelar para suspender os efeitos da convenção nacional.

 Agência Brasil

Presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, enfrenta forte oposição dentro do partido

 Presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, enfrenta forte oposição dentro do partido

Inconformados com a postura considerada antidemocrática do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que conduziu nesta quarta-feira (25) a convenção do partido, integrantes do diretório regional entraram com uma ação cautelar contra a decisão da legenda de apoiar a candidatura da presidenta Dilma Rousseff. Oito membros do Diretório Nacional do partido pedem uma liminar para suspender os efeitos da convenção e a posterior anulação da reunião de maneira definitiva pela Justiça Eleitoral.

Uma das representantes do grupo de insatisfeitos, a senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que o presidente Ciro Nogueira “atropelou” o direito de manifestação dos demais colegas ao não colocar em votação durante a convenção uma moção que pedia a neutralidade do partido em relação à disputa presidencial. Nogueira colocou em votação simbólica apenas a proposta de transferir para a Executiva Nacional do PP a decisão e declarou encerrada a convenção. Em seguida, entrou rapidamente em seu gabinete e saiu anunciando que a Executiva tinha aprovado o apoio à reeleição de Dilma.

“Ele serviu um prato feito e queria que a convenção fosse homologatória e não decisória. Ele queria que a gente homologasse aquilo que ele já vinha anunciando nos jornais. Nós ficamos sabendo sobre as intenções deles pelos jornais”, disse a senadora.

Ana Amélia defende a neutralidade do partido para que seus membros fiquem livres para apoiar o candidato que julgarem ser o melhor. Segundo ela, somente com a determinação de neutralidade pela convenção, os dissidentes terão “segurança jurídica” para se aliar a outro candidato que não a presidenta Dilma. “A interpretação dos especialistas em legislação eleitoral é que eu não poderei usar o Aécio Neves na minha propaganda. Se eu o fizer poderei ser questionada pelos adversários. A questão é também que essa decisão deveria ter sido submetida aos convencionais de forma aberta e democrática e não foi assim. Foi feito de forma truculenta”, reclamou a senadora.

Para ela, se a moção que pedia a neutralidade tivesse sido votada, teria sido aprovada. “Cheguei lá imaginando que a maioria fosse pela reeleição da presidenta da República, mas no desenrolar das manifestações dos parlamentares e dos líderes eu fiquei convencida de que havia ali uma tendência muito forte pela neutralidade. Por isso ele ficou agastado quando eu coloquei a questão de ordem, ele não queria colocar em votação a questão da neutralidade. Ora, isso não é uma atitude democrática”, disse.

Apesar do embate entre alguns representantes de diretórios estaduais e o presidente do partido, Ana Amélia não acredita que a legenda ficará abalada. “Você viu o que aconteceu com outros partidos, viu o que aconteceu com o PMDB [onde cerca de 40% dos convencionais votou contra o apoio a Dilma]? Essas divergências são normais em todos os partidos. Só que as coisas não podem ser impostas assim: eu quero e pronto”, afirmou.

Nota divulgada pela assessoria de imprensa do PP esta tarde comunica as decisões aprovadas oficialmente na convenção e diz que apenas dois diretórios discordaram delas, os de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. “O Partido Progressista segue coeso e caminha de forma coerente com sua proposta de continuar contribuindo para o desenvolvimento do país”, diz o texto.

No entanto, a moção que pedia a neutralidade também tinha sido aprovada pelos diretórios de Santa Catarina, do Rio de Janeiro, de Goiás, do Amazonas e do Ceará. Se a convenção de hoje for anulada e os convencionais do PP decidirem pela neutralidade nas eleições presidenciais, o tempo de televisão ao qual o partido tem direito deverá ser dividido igualmente entre todos os candidatos à Presidência da República. Nas eleições de 2010 o PP optou pela neutralidade.

Agência Brasil

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