O procurador regional eleitoral, Kelston Pinheiro Lages, após recebimento de denúncia, determinou a abertura de procedimento investigatório para analisar o ato normativo do Poder Executivo estadual que decretou situação de emergência em 211 municípios por conta da seca no Estado.
A Lei nº 9.504/97, art.73, em seu inciso VI, alínea “a”, proíbe aos agentes públicos a realização de transferência voluntária de recursos dos estados aos municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, durante os três meses que antecedem o pleito. Excepcionou-se apenas aquelas situações em que os recursos em questão são destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, além daqueles destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública.
"Tivemos o comparecimento de um cidadão fazendo denúncia dizendo da estranheza do decreto pedindo e providência para saber se o decreto é razoável, para saber se essa situação de emergência existe realmente, haja visto que essas duas situações são as únicas em que se podem transferir e como essa é uma prática não rara no meio político, o Ministério Público tem que investigar", afirma o procurador.
Para o procurador Kelston Lages, o objetivo da investigação é evitar que as situações de emergência e calamidade pública sirvam de pretexto para a transferência de recursos aos municípios a fim de obter ou atrair apoios políticos, prática comum entre os gestores públicos durante o ano de eleição, afetando a igualdade na disputa. O procedimento investigatório será distribuído para um dos procuradores eleitorais auxiliares.
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