A senadora Regina Sousa (PT-PI) participou nesta segunda-feira (10) do lançamento do Mapa da Região Ecológica dos Babaçuais dos estados do Piauí, Maranhão, Pará e Tocantins. Também participaram do encontro – que aconteceu na Câmara dos Deputados, em Brasília – a quebradeira de coco piauiense, Francisca Nascimento, coordenadora geral do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB); o organizador do evento, deputado Nilton Tatto (PT-SP); e a professora Jurandir Santos, que coordenou a pesquisa responsável pelo mapa lançado hoje.

O mapa mostra a região ecológica dos babaçuais dos quatro estados, além de apresentar um estudo sobre a realidade das quebradeiras de coco babaçu. Mais de 300 mil mulheres são quebradeiras de coco no Brasil e dessa palmeira retiram o sustento das suas famílias.

Para a senadora Regina Sousa, o estudo é fundamental para que o legislador possa fundamentar projetos de lei, identificando as quebradeiras de coco e mostrando ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a necessidade de se reconhecer o trabalho das quebradeiras de coco. “Eu mesma cheguei ao Senado com o objetivo de tentar o reconhecimento, de alguma forma, da importância do babaçu e das quebradeiras de coco, do Piauí e de todo o Brasil”, destacou Regina Sousa.

A senadora piauiense disse ainda que tem percorrido o Piauí para debater com a população os desafios e riscos do Projeto de Desenvolvimento Matopiba, principalmente para as nascentes que abastecem os rios e lagoas do Estado.

O deputado Tatto disse que fará uma parceria com a senadora Regina para desarquivar na Câmara projeto que protege o babaçu. “O Brasil ainda não conseguiu resolver a questão fundiária, mas temos de reconhecer os avanços sociais que tivemos nos últimos anos”, destacou ele.

O agronegócio foi alvo de varias críticas por parte das trabalhadoras que apontam a agricultura comercial como culpada pela devastação das florestas de babaçu. As quebradeira de coco babaçu também apresentaram aos participantes do evento os inúmeros desafios que têm enfrentado, como o assédio que os pequenos agricultores sofrem para vender suas terras.

A partir desta terça-feira, Brasília sediará a 5ª edição da Marcha das Margaridas, que vai ocorrer nos dias 11 e 12 de agosto, na capital federal. A escolha do nome Marcha das Margaridas e da data é uma homenagem à Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983, a mando de latifundiários da região. Por mais de dez anos à frente do sindicato, Margarida lutou pelo fim da violência no campo, por direitos trabalhistas como respeito aos horários de trabalho, carteira assinada, 13º salário, férias remuneradas. Margarida dizia que “É melhor morrer na luta do que morrer de fome.”