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Terça-feira, 29 de abril de 2025
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28/09/2012 - 09h36

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28/09/2012 - 09h36

Aumenta desmatamento para produção de carvão no Piauí

O escoamento do produto é diário. São cerca de dez carretas, que circulam diariamente em direção a Remanso, Formosa do Rio Preto, Pilão Arcado e outras cidades baiana.

 Piauí Sempre Verde

 

Desde a autorização da Justiça Federal para lacrar as carvoarias na área de abrangência do bioma Mata Atlântica, no Sul do Piauí, em junho último, a corrida para a produção ilegal de carvão vegetal, principalmente nos municipios de Redenção do Gurguéia, Curimatá, Júlio Borges, Parnaguá, Corrente, Morro Cabeça no Tempo, Cristalândia, Monte Alegre, teve um aumento substancial.

A reportagem do portal www.piauisempreverde.com.br fez contato com os postos fiscais da Secretaria Estadual da Fazenda-SEFAZ, instalados na fronteira com a Bahia e constatou que o escoamento do carvão sai em grande quantidade por Corrente, através de estradas visinais , Cristalândia, via o Posto Fiscal Boa Esperança e ainda por Uruçui, Avelino Lopes e outros munícios de forma clandestina.

A rota do carvão segue atravessando a Bahia com destino ao Estado de Minas Gerais onde é entregue nas siderurgicas mineira para alimentar as caldeiras produtoras de ferro-guso, uma das matérias-prima do aço e produto da pauta de exportação brasileira.

O escoamento do produto é diário. Segundo os fiscais da SEFAZ, , são cerca de dez carretas, conhecida como Bi-trem, que circulam diariamente em direção a Remanso, Formosa do Rio Preto, Pilão Arcado e outras cidades baiana. No último domingo, de acordo com o fiscal de plantão no posto Boa Esperança, passaram de uma só vez, “seis Bi-trem cobertas de carvão até onde é permitido”, disse o funcionário ao tempo em lamenta nada poder fazer já que os motoristas apresentam o Documento de Origem Florestal-DORF, muitos deles fraudulentos.

Em Parnaguá a ONG Fundação Lagoa de Parnaguá-Fulapa , denúncia que o desmatamento está sem controle e já levou a secar riachos, o Rio Paraim e a metade da Lagoa de Parnaguá, a maior lagoa do Nordeste com 12 quilometros de extensão e dois e meio de largura. “Dentro da cidade, os moradores estão tendo que conviver com as fuligem oriundas das carvoarias”, disse o presidente da Fulapa, Absalão Castro Dias, acrescentando que a ONG fica sem saber o que fazer. “Somos pequenos diante de tanta gente poderosa que está acabando com a nossa natureza”, lamenta.

Em Corrente as cena se repetem. De acordo com a bióloga Suely, a população já absorveu como rotina a circulação de carretas transportando carvão oriundos das matas nativas da região. “São tantas por dia que a gente perde a conta”, assegura e denuncia que o Rio Corrente, principal fonte de água da região está praticamente seco. “Resta agora um fio de água”, afirma.

Ação do Ministério Público Federal
Com o não cumprimento da liminar expedida pelo o Juiz Federal, Brunno Chistiano Carvalho Cardoso, em junho, levou ao Ministério Público, através da Procuradoria da República a notificar a Secretaria Estadual de Meio Ambiente-SEMAR, solicitando ação para cumprir a decisão judicial. Em agosto, a SEMAR comunicou a Procuradoria que havia fechado 15 carvoarias, entretanto, na prática, a produção de carvão na região foi aquecida após a medida judicial.

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