O delegado regional do crime organizado, Wessley Santiago, disse durante entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (1º), na sede da Superintendência da Polícia Federal, que a denúncia de desvio de recursos públicos do SUS (Sistema Único de Saúde) partiu da própria Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi).

“ A instituição identificou que um grupo estava realizando o desvio de recursos e acionou a Polícia Federal para investigar o caso. As investigações iniciaram em maio desse ano”, relatou Wessley Santiago.

A fraude consistia na inserção de empresas de fachada na relação de pagamento da Sesapi, realizado por um servidor lotado em setor estratégico da pasta (Gerência Orçamentária Financeira e Contábeis). A polícia apurou que apenas uma empresa envolvida com o esquema trabalha na área da saúde.

Segundo o delegado, o patamar de vida que o servidor mantinha não era compatível com sua renda mensal, já que o mesmo ganhava apenas um salário mínimo com remuneração. “ Ele tinha imóveis, carros de luxos e vivia de forma bastante confortável para quem recebia apenas um salário mínimo”, afirma.

Os policiais federais deflagraram na manhã desta segunda – feira (1º) a Operação Nosferatu. Eles cumprem 21 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de intimação nas cidades de Teresina, Esperantina, Timon (MA), e Fortaleza (CE). Auditores da controladoria geral da união auxiliaram no cumprimento dos mandados de busca e apreensão.

De acordo com a apuração da PF foram realizados pagamentos ilícitos para seis empresas, inclusive para a firma do próprio servidor. Ao todo a quadrilha desviou R$ 10.956.474,09. A Polícia Federal investigará se o dinheiro desviado foi utilizado em campanhas políticas que ocorreram nesse período.