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01/03/2016 - 09h29

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01/03/2016 - 09h29

Teresina: mais de 5 mil motoristas foram flagrados usando o celular ao dirigir em 2015

Ato criminoso e de incivilidade é considerado infrações média, com 4 pontos na habilitação e multa de R$ 85,13.

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Com ligações, acesso à internet e inúmeros aplicativos disponíveis, o uso dos celulares e smartphones ao volante está entre as infrações de trânsito mais cometidas pelos teresinenses. Em 2015, mais de 5.082 motoristas foram flagrados usando o celular ao dirigir. Em janeiro deste ano, o número de notificações por uso da tecnologia chegou a 474. Os dados são da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) e da Companhia Independente de Policiamento de Trânsito (Ciptran).

 

“Com a evolução da tecnologia móvel e o crescimento no comércio de aparelhos cada vez mais modernos, usar o celular no trânsito se tornou um comportamento frequente e muito perigoso. O motorista deixa de estar atento ao volante e no que acontece em sua volta para mandar mensagens ou acessar redes sociais”, comenta Zulmirene Sousa, gerente da Escola Piauiense de Trânsito (EPT).

 

“Estudos mostram que digitar enquanto dirige aumenta em até 400% o risco de acidentes de trânsito. Por isso, o Detran, por meio da EPT, leva mensagens alertando a população sobre  as possíveis consequências desta atitude”, destaca Zulmirene.

 

Em janeiro deste ano, uma pesquisa realizada pelo Hospital Samaritano de São Paulo, com 4,1 mil pessoas, revelou que 80% dos motoristas consultados utilizam os telefones celulares ao mesmo tempo em que dirigem. Dos consutores entrevistados, 42% admitiram que enviam mensagens de texto enquanto dirigem e 8% disseram que não mudariam o comportamento, mesmo sabendo das consequências.
 

Penalidades

 

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), infrações que envolvem o celular: dirigir com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar equipamentos e acessórios do veículo (Art. 252, V); e dirigir utilizando fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone celular (Art. 252, VI), que é a que o usuário recebe na prática. São consideradas infrações médias, com 4 pontos na habilitação, e multa de R$ 85,13. O uso é proibido mesmo com o carro parado, seja congestionamento ou semáforo.



“Muitas pessoas têm dúvidas se pode usar o fone de ouvido e usar o sistema bluetooth do som do carro, mas não pode. Porque, nestes casos, estamos usando funções cerebrais que prejudicam nossa atenção”, explica o diretor de Infrações do Detran, Levi Gomes.

 

Willyane Reis, habilitada há sete anos, admite que não consegue ficar desconectada e já bateu o carro duas vezes no último ano. “Estava parada no sinal quando começou tocar uma música e resolvi gravar um vídeo comigo cantando. Aí, o sinal abriu e eu passei a ré em vez da primeira e bati o carro. Outra foi quando fui gravar um vídeo na rua enquanto acelerava. Mais uma vez bati o carro, estraguei a lataria e machuquei o braço. Depois disso, deixo o celular sempre dentro da bolsa ou no porta luvas, assim não corro o risco de pegá-lo”, confessa a condutora.

 

A psicóloga especialista em trânsito, Kisley Urtiga, explica que, no trânsito, o condutor já tem vários fatores para se preocupar e insistir usar o aparelho retarda reações. “A pessoa tem um limite de carga cognitiva, que não permite que se atenda, sem erros, há um número muito grande de estímulos apresentados simultaneamente. Muitas vezes o motorista se vê na insegurança de dirigir com apenas uma das mãos, como também sua atenção será dividida entre o movimento da via e a conversa ao telefone”, explica Kisley.

 

Ainda segundo a psicóloga, a falsa percepção do condutor ter mais habilidade do que realmente tem, cria uma sensação de segurança, a que permite atitudes imprudentes ao volante. “É necessário lembrar que o uso do fone de ouvido também é proibido e que o viva voz do aparelho dificulta a habilidade cognitiva global, pois não adianta ficar com as mãos livres, pois a conversa ao telefone é carga mental. Portanto, o comportamento de dirigir não pode envolver só habilidade motora. Devido a isso, é necessário continuar instruindo os motoristas dos fatores de risco para acidentes no trânsito”, pontua a especialista.

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