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Terça-feira, 26 de novembro de 2024
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18/04/2016 - 08h45

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18/04/2016 - 08h45

Presidido por ex-militante do PCdoB, Senado terá cautela no julgamento do impeachment

Para Renan Calheiros (PMDB), impeachment sem crime de responsabilidade é golpe.

 Brasil 247

Votação em plenário deve ocorrer somente no mês de junho

 Votação em plenário deve ocorrer somente no mês de junho

Aprovado na noite de ontem na Câmara dos Deputados, o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff passa agora para a apreciação do Senado, presidido por Renan Calheiros (PMDB-AL). Um dos políticos mais experientes do país, ele será bombardeado, nos próximos dias, por pressões de parlamentares da oposição, empresários e meios de comunicação interessados na cassação sumária da presidente Dilma Rousseff.

 

No entanto, nada indica que Renan agirá com a pressa do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que fez correr o calendário da Câmara, para que processo fosse votado numa tarde de domingo, sem futebol da Globo. Ex-militante do PCdoB na juventude, Renan ainda se vê como um político de esquerda e que tem, agora, a missão mais importante de sua vida: encontrar uma saída política para a crise, preservando a democracia.

 

Renan já fez duas declarações públicas importantes sobre o processo de impeachment. Disse que "sem crime de responsabilidade é golpe" e também que "não irá manchar a sua biografia". A amigos, ele revelou que jamais irá repetir a história de Auro de Moura Andrade, que declarou vaga a presidência da República após a deposição de João Goulart pelos militares, e foi chamado de "canalha" por Tancredo Neves.

 

O senador alagoano também imagina que a votação em plenário da presidente Dilma Rousseff ocorrerá no mês de junho apenas, ou seja, bem depois do calendário de 11 de maio que a oposição, liderada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), pretende fixar. Renan pretende dar a Dilma todas as oportunidades de defesa, para que o processo no Senado não seja contaminado como na Câmara – motivo de vergonha internacional.

 

Até lá, Dilma será presidente da República, preservando todas as suas funções. Mesmo se vier a ser afastada pelo plenário do Senado, será de forma temporária, podendo retornar ao fim de um julgamento presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Ao retornar a Brasília, nesta segunda-feira, o primeiro gesto de Renan deverá ser, justamente, uma visita a Lewandowski.

Brasil 247

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