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Terça-feira, 26 de novembro de 2024
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06/03/2017 - 09h24

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06/03/2017 - 09h24

Assessor de Serra recebeu R$ 100 milhões segundo delação de empresário

Adir Assad promete contar em delação premiada detalhes de repasses milionários.

 Congresso em Foco

José Serra não quis se manifestar sobre acusação contra o diretor da Dersa em sua gestão

 José Serra não quis se manifestar sobre acusação contra o diretor da Dersa em sua gestão

Acusado de ser o maior emissor de notas frias para lavagem de dinheiro de empreiteiras suspeitas de envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobras, Adir Assad promete contar em delação premiada detalhes de repasses milionários a ex-diretor da Dersa na gestão do tucano.

 

Preso pela Operação Lava Jato desde agosto, o operador financeiro Adir Assad afirma ter repassado cerca de R$ 100 milhões para Paulo Vieira de Souza, diretor da empresa Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) na gestão José Serra (PSDB) no governo de São Paulo. Paulo sempre foi apontado por petistas como um dos principais operadores do PSDB paulista. Assad é acusado de ser o maior emissor de notas frias para lavagem de dinheiro de empreiteiras suspeitas de envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobras. As informações sobre os repasses ao ex-diretor da Dersa fazem parte do acordo de delação premiada do empresário, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.

 

Ele admite ter usado suas empresas de fachada para lavar recursos de empreiteiras em obras viárias na capital e região metropolitana de São Paulo, como a Nova Marginal Tietê, o Rodoanel e o Complexo Jacu-Pêssego. De acordo com o Estadão, Assad contou como funcionava o esquema de fornecimento de dinheiro em espécie para o caixa dois de construtoras. Empreiteiras contratadas pela Dersa subcontratavam suas empresas. O valor das notas frias era transformado em dinheiro e as companhias indicavam os beneficiários dos recursos, informam os repórteres Fabio Serapião, Beatriz Bulla e Fausto Macedo. O empresário é acusado de ter movimentado R$ 1,3 bilhão em contratos fictícios assinados com grandes construtoras entre 2007 e 2012.

 

Na negociação para assinar o acordo de delação, Assad prometeu revelar detalhes de um esquema na estatal paulista do qual, segundo ele, Souza fazia parte e chegou a afirmar ter conhecimento de que políticos foram contemplados com os repasses oriundos de empreiteiras. Segundo o Estadão, o empresário não deverá citar nomes de autoridades em seu acordo porque disse não ter provas para corroborar sua versão, pois apenas lavava o dinheiro e entregava os montantes aos operadores indicados.

 

Paulo Vieira Souza não respondeu aos questionamentos enviados pelo Estadão. O senador José Serra disse que não comentaria o assunto. Já a Dersa informou que fez contratos apenas com consórcios.

 

O ex-diretor da Dersa já teve seu relacionado ao contraventor Carlinhos Cachoeira. Durante as investigações da CPI do Cachoeira, ele foi apontado como responsável por contatos entre a companhia e a Delta Construções e um suposto operador de um esquema de caixa dois para campanhas do PSDB. Paulo chegou a prestar depoimento à comissão.

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