A privatização das seis distribuidoras da Eletrobras, entre elas a do Piauí, voltou a ser notícia na imprensa nacional. Ontem (24), o site G1 publicou reportagem sobre a possibilidade concreta da estatal ser vendida porque apresenta constantes prejuízos - e o Governo Federal não teria mais condição de bancar esses prejuízos. Segundo o G1, nem mesmo a melhoria das condições financeiras da Eletrobras - que passará a ser rentável a partir de 2014 - faria o Governo mudar de ideia.

A reportagem diz que há interesses de empresas em comprar estatais deficitárias. Quando assumem, transformam as recém adquiridas em exemplos de eficiência. "A estratégia de interesse em distribuidoras problemáticas é claramente assumida pela Equatorial Energia, que adquiriu a Cemar (MA) em 2004 e a transformou-a em uma das melhores distribuidoras do país em qualidade de serviço", diz o G1.

O Grupo Rede, por exemplo, ainda que esteja passando por momentos de crise financeira, seria uma alternativa para a privatização das empresas distribuição interessadas em crescer. O conglomerado assumiria então as estatais por um valor simbólico e tentaria renegociar dívidas com credores podendo resultar em ganhos com a reestruturação dos negócios e melhoria da gestão.

E é neste cenário, que a Eletrobras estaria estudando a possibilidade de vender distribuidoras federalizadas que assumiu, afirmaram duas fontes à reportagem da Reuters no início de outubro. Uma das possibilidades discutidas seria a venda de parte das empresas, com a estatal federal se tornando acionista minoritária.

A transação, segundo a reportagem do G1, é algo que pode está bem mais próximo do que se imagina. A aquisição das distribuidoras Eletrobras pode ser feita tendo em vista o momento ao qual elas passam. O site informa que a empresa atualmente gera prejuízo e que só se tornará rentável em 2014. "Na nossa avaliação, a Eletrobras, que não vai ter mais condição de bancar esse prejuízo, por mais que o prejuízo esteja diminuindo", avalia o coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), Nivalde de Castro

A Eletrobras tem distribuidoras que atuam no Piauí, Rondônia, Acre, Amazonas, Alagoas e Roraima, e acumulam prejuízos seguidamente. De acordo com a própria Eletrobras, elas só devem ser rentáveis a partir de 2014.